Por Joana Teixeira (*)
O online é cada vez mais um território explorado na aprendizagem, em particular na formação. Este ano acelerará essa propensão, com a emergência de algumas abordagens ainda pouco prosseguidas e o crescimento de outras, que já começaram a disseminar-se.
A evolução nesta área acaba, assim, por ser determinante para a generalidade da aprendizagem e formação. Identifico, a seguir, as 5 macrotendências que se antevê que deverão marcar 2024.
Universo da Inteligência Artificial (IA)
A IA é uma das tendências mais significativas na área da formação digital em 2024. Num formato que é o seu “habitat natural”, tem um impacto que transcende até o campo direto do respetivo universo, relacionando-se com outras modalidades ou temas emergentes do ano que se inicia.
A capacidade de a IA gerar conteúdos (texto, imagens, áudio e vídeo), de facilitar o desenvolvimento de percursos de aprendizagem verdadeiramente adaptados aos diferentes formandos e de permitir o desenvolvimento de experiências de aprendizagem imersivas pela utilização de tecnologias como a Realidade Virtual (VR, Virtual Reality) e a Realidade Aumentada (AR, Augmented Reality), está a permitir a sua fácil utilização no âmbito da formação, numa dinâmica que ganhou força no ano que terminou e que se cimentará neste novo ano.
Experiências de Aprendizagem Personalizáveis
A personalização da experiência de aprendizagem é a segunda grande tendência esperada para 2024, na linha do percurso já trilhado.
O poder do Big Data e da IA, permitem afinar os sistemas de aprendizagem adaptativa, tornando assim possível, o desenvolvimento de diferentes oportunidades de aprendizagem que possibilitam que cada um aprenda ao seu próprio ritmo e de acordo com suas próprias preferências e necessidades de desenvolvimento.
Móvel, interativa e lúdica
O smartphone generaliza-se como opção enquanto dispositivo de acesso à formação, com as consequentes vantagens para os utilizadores quanto à flexibilidade do acesso (a qualquer hora, em qualquer lugar) e a interatividade facilitada por este formato. É, por isso, um dos veículos privilegiados da tendência de personalização e adaptabilidade já referida.
Ao mesmo tempo, a formação procura ser cada vez mais atrativa, ao captar a atenção dos seus destinatários através de diversas estratégias, entre as quais sobressai a gamificação.
Microlearning
Dividir os conteúdos de aprendizagem em segmentos de curta duração, e, dessa forma, permitir o respetivo acesso de forma autónoma e em formatos dinâmicos, está a revelar-se uma abordagem de aprendizagem eficaz do ponto de vista da retenção da informação, com grande impacto ao nível da motivação do formando. O foco, salvaguardado por ciclos mais curtos de aprendizagem, mostra-se bastante efetivo: as metas não estão tão distantes; o desempenho é monitorizado de forma mais frequente – logo o processo é mais ágil, o que inclui aqueles ajustes que a avaliação demonstre serem necessários – e a gestão do tempo do formando é bastante flexível.
Dados como suporte
Os dados e a blockchain emergem como tendências proeminentes na área da formação digital, moldando significativamente o futuro da aprendizagem.
A análise fina dos dados desempenha um papel crucial, com o fornecimento de insights extremamente importantes, para quem pensa e desenha formação (dados sobre a recetividade aos conteúdos, preferências quanto a formatos, hábitos de acesso, avaliação, entre outros) é cada vez mais valorizada, por se traduzir num significativo incremento de eficácia.
A tomada de decisões com base em dados consolidados, o que implica a previsão de cenários e acautelamento de bons resultados ao nível da aprendizagem, é um garante à melhoria continua dos processos de formação.
(*) Head of Digital Learning da CEGOC
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