Anualmente, o Portugal Smart Cities Summit tem demonstrado soluções para tornar as cidades mais inteligentes, graças à transformação que a velocidade e fiabilidade do 5G vai permitir. O evento decorre até ao dia 13 de outubro na FIL e volta a exibir demonstrações de tecnologias práticas que pretendem facilitar a vida das pessoas no seu dia-a-dia. A NOS tem sido uma parceira do evento, alocando a sua conetividade 5G que alimenta as diversas soluções em exposição.
Pedro Machado, head of B2B da NOS, explicou ao SAPO TEK que este ano existem sobretudo duas novidades dando seguimento ao que já foi mostrado no ano passado. A introdução de realidade virtual e aumentada, alimentado por 5G, permite, por exemplo, no contexto das cidades inteligentes, apoiar as equipas no terreno, com suporte em tempo real quando existem problemas. Há projetos ligados aos transportes públicos, assim como a capacidade de promover as regiões e os espaços de forma mais dinâmica e imersiva.
“Em termos de realidade aumentada, ligado ao turismo, estamos a implementar um projeto na Serra do Loulé, em que os turistas podem utilizar o smartphone para fazer percursos históricos, recebendo informações adicionais dos pontos de interesse, a fauna e a flora locais, por exemplo”, explicou Pedro Machado.
Outra novidade diz respeito aos sistemas de computer vision, mais uma vez suportado por 5G, tais como vídeo analitics que pode acrescentar muito à mobilidade. As câmaras que fazem a gestão do tráfego, dos movimentos dos veículos e pessoas, “com os dados recolhidos sempre de forma anónima”, para que se possa otimizar o tráfego no local. “Temos aqui na zonada Expo uma demo colocada na estrada que conta a passagem dos carros ligeiros, pesados, autocarros, permitindo saber qual é a hora de pico às várias horas do dia, semana e mês. É possível ver se as pessoas atravessam dentro ou fora da passageira, algo simples, mas que dá a informação se esta está mal colocada na estrada e corrigir”.
Durante os três do evento, os visitantes podem assistir a diferentes painéis de debate dedicados aos desafios das cidades do futuro, tais como a transição energética, a mobilidade inteligente, o financiamento, sustentabilidade, saúde, bem-estar e cibersegurança.
Ainda no que diz respeito à exposição, os visitantes podem testar algumas das soluções a serem implementadas nas smart cities, entre eles a Rega Inteligente, onde se monitoriza e gere remotamente os sistemas de rega com base em analítica. Projeto que já foi implementado no Pombal, como medida de combater a seca, em dois jardins do município. A Gestão Inteligente dos Resíduos, tais como a monitorização dos níveis de enchimento dos contentores e camiões de recolha de lixo. Seguem-se ainda a eficiência energética dos edifícios, iluminação inteligente das ruas, e a nível de segurança, a monitorização de saúde de idosos e a deteção de incêndios.
Sobre os incêndios, Pedro Machado explica que existem duas linhas de atuação onde o 5G pode ser uma grande ajuda: a deteção e o apoio ao combate. No que diz respeito à deteção, agir de forma mais prematura permite combater com maior eficácia os incêndios. Para tal há sensores e câmaras que detetam de forma automática os incêndios. Refere mesmo que na Serra de Loulé está a ser testada uma câmara com um alcance de 12 quilómetros que deteta automaticamente colunas de fumo, antes do fogo se alastrar.
Por outro lado, o apoio ao combate de incêndios, os sistemas baseados em 5G vão permitir aos agentes da GNR e bombeiros terem acesso a informação sobre a situação do fogo, para que se tomem melhores decisões. “O 5G pode acelerar, com suporte remoto ou realidade aumentada e permitir maior sincronização entre as forças de intervenção”. As chamadas de vídeo permitem ter acesso a uma situação mais realista. Por outro lado, afirma que são necessários mais drones e tecnologias mais disruptivas, tais como câmaras de alta resolução para ajudar a ver os pontos de fogo.
Por fim, Pedro Machado refere que estas tecnologias estão já bastante maduras e que para já estão a ser implementadas em diversos espaços cirúrgicos. Para expandir os conceitos á “normalidade” é necessário continuar a promover nas estratégias dos municípios, demonstrando a capacidade das tecnologias, de forma às cidades sentirem essas mudanças estruturais. “Falta essencialmente acelerar a implementação da tecnologia”.
Fazendo um balanço do ano passado, o Portugal Smart Cities Summit recebeu 12 mil visitantes e estiveram presentes 40 autarquias, cerca de 200 empresas e 50 startups ligadas ao sector das Smart Cities.
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