O tema da segurança foi abordado durante a conferência de imprensa na qual a Anacom apresentou o projeto de regulamento do leilão para a atribuição das licenças de 5G em Portugal, onde se destacou a importância do tema que está entre as prioridades definidas para a nova geração de redes móveis. Apesar de se falar dos tópicos no geral, sempre sem referir nomes de fabricantes, em resposta aos jornalistas, Manuel Pedrosa de Barros, diretor de segurança das comunicações da Anacom, foi claro a afirmar que nenhum fabricante foi já classificado como de alto risco ou excluído na análise de segurança para o 5G, embora a análise ainda não esteja concluída.

O responsável pela pasta da segurança na Anacom está também a acompanhar o tema nas reuniões do grupo de trabalho na Europa e detalhou que o regulamento da segurança das comunicações, aprovado em Abril, solicita aos operadores a indicação de quais os fornecedores que são considerados essenciais. A avaliação europeia tem vindo a classificar as diferentes áreas sensíveis, porque na arquitetura de rede há equipamentos ativos e passivos, e têm diferentes classificações relativamente a um perfil de risco.

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As recomendações passam por fazer a classificação dos perfis de risco dos fornecedores, numa análise técnica específica em cada país, mas também apontam para uma diversificação de empresas fornecedoras de equipamentos. "A matéria de classificação de perfis de risco é uma das incumbências que o grupo de trabalho tem vindo a estudar e há matéria que é mais técnica e e outra que tem uma análise específica, feita ao nível de cada país", explica Manuel Pedrosa de Barros.

A comunicação europeia incumbe cada Estado membro de fazer a sua análise do perfil de risco de cada fornecedor e Portugal tem agora dois meses, a contar da data de publicação da resolução do Conselho de Ministros, para o grupo de trabalho divulgar a primeira análise.

Os critérios fazem parte da análise europeia, a "caixa de ferramentas" disponibilizada na semana passada, e as medidas preveem até a exclusão de fornecedores. "Pretendemos seguir e estar alinhados com o que na Europa está a ser feito", esclarece este responsável de segurança das comunicações. Até junho Portugal tem de ter uma ideia clara do que tem de fazer nesta área, explica ainda.

Mesmo que um fornecedor seja considerado com perfil de alto risco há ainda condições para continuar a ser fornecedor de equipamentos, mas com restrições. Segundo as recomendações, um operador nas diversas componentes da sua rede deve fazer diversificação para não estar dependente de um único fornecedor.

Já há países a divulgar medidas que vão além das recomendações e empresas a anunciarem a retirada de equipamento da Huawei das suas redes, como é o caso da Vodafone.

Nota da redação: A notícia foi atualizada com mais informação. Última atualização 14h56