O governo de Donald Trump tem vindo há já algum tempo a fazer pressão para que os seus aliados o acompanhem no bloqueio à Huawei. No mais recente capítulo da saga da guerra comercial entre os Estados Unidos e a gigante tecnológica, um grupo de oficiais do governo norte-americano visitou o Reino Unido para tentar demover Boris Johnson de conceder acesso à fabricante chinesa à infraestrutura 5G das empresas de telecomunicações britânicas.
A comitiva de oficiais liderada por Matt Pottinger, Conselheiro Adjunto de Segurança Nacional dos Estados Unidos, afirma que a utilização da tecnologia da Huawei pode ser uma séria ameaça ao país. Para convencer o governo de Boris Johnson a mudar de ideias, os representantes apresentaram um dossier com novas informações acerca das consequências da sua futura decisão, avança o Financial Times.
O governo britânico poderá autorizar a Huawei a participar nas partes “não-contenciosas” da infraestrutura 5G do país através do fornecimento de antenas. O acesso da empresa estará então vedado ao equipamento que está no centro das redes móveis de quinta geração. A medida de precaução tem como objetivo evitar que a fabricante utilize a sua tecnologia para espiar o país, pois é no “core” onde ocorre todo o processamento de dados.
O Reino Unido acredita que uma proibição total da Huawei significaria que o território enfrentaria dificuldades a nível de desenvolvimento da rede 5G, indicando que possui os meios tecnológicos necessários para proteger o país de possíveis situações de espionagem. Ainda antes da visita da comitiva de oficiais Andrew Parker, diretor-geral do MI5, indicou ao Financial Times que acredita que a relação entre os serviços de inteligência britânicos e norte-americanos não seria afetada caso a Huawei passase a fazer parte da infraestrutura 5G no Reino Unido.
A decisão poderá manter o status quo do 5G no Reino Unido, uma vez que nenhuma operadora de telecomunicações britânica manifesta intenções de utilizar tecnologia fabricada pela Huawei no centro das suas redes móveis de quinta geração. No entanto, tal poderá pôr em risco a relação entre os governos de Boris Johnson e de Donald Trump.
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