A saga da guerra comercial entre a Huawei e os Estados Unidos já fez correr muita tinta. As suspeitas em relação à fabricante chinesa existam já desde 2011, mas o bloqueio efetivo só se concretizou em maio de 2019, com a inclusão da Huawei na lista negra de empresas com quem os EUA não podem ter relações comerciais. Em questão, estavam "riscos inaceitáveis" para a segurança nacional, uma vez que os EUA alegavam, se bem que sem provas, que empresa chinesa poderia estar a instalar backdoors nos seus produtos para ter acesso a informação sensível.
Os Estados Unidos afirmam agora que existem provas da alegada espionagem feita pela Huawei. O Governo norte-americano alega que a fabricante chinesa terá começado a instalar backdoors nos seus produtos desde 2009, altura em que começou a comercializar infraestruturas de redes móveis 4G.
“Temos provas de que a Huawei tem a capacidade de aceder a dados sensíveis e pessoais nos sistemas que desenvolve e vende em todo o mundo”, indicou Robert O’Brien, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca em entrevista ao The Wall Street Journal. As “portas de acesso” secretas foram introduzidas em equipamentos como estações e antenas.
Embora as provas encontradas pelos Estados Unidos apenas se tenham tornado públicas agora, o país já as teria partilhado com países como o Reino Unido e a Alemanha no final de 2019. Recorde-se que o governo de Donald Trump tem feito alguma pressão sob os seus aliados para que deixem de usar equipamentos da Huawei desde 2018.
A fabricante chinesa tem vindo a negar repetidamente a acusação dos Estados Unidos. Ao The Wall Street Journal, a representantes da Huawei indicaram que a empresa “nunca fez e nunca fará” algo que possa comprometer a segurança dos seus clientes. A Huawei afirma que os seus funcionários não estão autorizados a aceder a redes sem a aprovação das operadoras de telecomunicações.
A Huawei decidiu responder às acusações dos Estados Unidos e às questões levantadas pela reportagem do The Wall Street Journal através de uma publicação no seu website e de uma série de Tweets. Fazendo referência a uma das mais recentes investigações do The Washington Post, a empresa afirma que os Estados Unidos estão a ser hipócritas, pois o país têm vindo a aceder secretamente a backdoors em redes móveis mundiais para espiar outras nações.
A notícia surge numa altura em que a Vodafone anunciou que vai remover todos os equipamentos da Huawei do núcleo da sua estrutura 5G europeia, motivada pela decisão do Reino Unido de conceder um acesso limitado de 35% à fabricante chinesa às partes menos sensíveis da infraestrutura de redes de quinta geração. Ao todo, a operação de remoção dos componentes fabricados pela Huawei das partes mais sensíveis da infraestrutura europeia de redes móveis da Vodafone levará cerca de 5 anos a ser realizada, associada a um custo de 200 milhões de euros.
No final de janeiro, a Comissão Europeia lançou um conjunto de ferramentas para mitigar os perigos relacionados com a adoção do 5G pelos seus Estados-Membros. A “toolbox” anunciada por Margrethe Vestager, vice-presidente executiva da pasta Era Digital, não visa nenhum país ou empresa em específico, mas contém medidas cujo objetivo é respeitar “o mercado interno e os cidadãos contra os perigos cibernéticos relacionados ao 5G”.
Em Portugal, o tema da segurança esteve em destaque na recente conferência de imprensa onde a ANACOM apresentou o projeto de regulamento do leilão para a atribuição das licenças de 5G. Em resposta aos jornalistas, Manuel Pedrosa de Barros, diretor de segurança das comunicações da Anacom, foi claro a afirmar que nenhum fabricante foi classificado como de alto risco ou excluído na análise de segurança para o 5G, embora a esta ainda não esteja concluída.
Nota de redação: A notícia foi atualizada com informação acerca da resposta da Huawei (última atualização: 10h18)
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