O investimento no sector das Comunicações Eletrónicas (CE) em Portugal diminuiu no ano passado em 1%, para 864,8 milhões de euros. Vale no entanto a pena sublinhar que este decréscimo compara com os valores do ano (2021) com mais investimento dos últimos cinco em comunicações eletrónicas no país, por causa da aquisição das licenças 5G.
Isto significa, por isso, que em 2022 o investimento no sector em comunicações eletrónicas manteve-se em alta, concentrado sobretudo no reforço da Rede Móvel, das Infraestruturas Core de última geração e na expansão da Rede de Fibra Ótica, como se sublinha no relatório “Mercado das Comunicações na Economia Nacional (2018-2022)”, da Anacom. Em termos gerais, os investimentos das empresas de CE caíram no ano passado perto de 7%.
Já as receitas do sector ascenderam a 4,7 mil milhões de euros, mais 3,5% que no ano anterior, apoiadas “no crescimento do negócio fixo e do negócio móvel de três dos prestadores com maior peso”, sublinha o regulador. Note-se ainda que o número apurado diz respeito apenas às receitas com atividades na área das CE, mas nem todas as empresas com atividades neste domínio operam aqui exclusivamente. O valor global de receitas das empresas do sector, em todas as áreas onde operam, foi de 6,7 mil milhões de euros.
O emprego associado ao sector das comunicações eletrónicas cresceu 1,6% para 7.469 postos, um avançado relacionado principalmente com a “contratação de trabalhadores por parte de um novo prestador”, que vai iniciar em breve atividade em Portugal e por uma das empresas com mais peso no sector, como sublinha a Anacom. As empresas do sector contrataram mais para as áreas relacionadas com CE, embora tenham contratado menos (4,33%) em termos globais, como mostram também os números do mesmo relatório.
“O decréscimo verificado no número global de empregados das empresas do sector foi maioritariamente explicado pelo acentuado decréscimo do número de empregados de um dos prestadores com maior dimensão no mercado, tendência que se regista desde 2018”, destaca-se.
Voltando aos números financeiros, o relatório apura que o EBITDA global das empresas de CE cresceu 21%, para 2,38 mil milhões de euros, com 61% das empresas que atuam nesta área a registarem um valor positivo para este indicador. Já o Resultado Operacional fixou-se nos 856,7 milhões de euros, a crescer 332%. “Esta evolução justifica-se essencialmente pelo aumento do EBIT de uma empresa cuja atividade principal não é CE mas que, dada a sua principal atividade e a eliminação das restrições decorrentes da COVID-19, registou um acréscimo significativo no valor de seu EBIT”.
O valor acrescentado bruto para o conjunto das empresas a atuar nas comunicações eletrónicas foi de 3,1 mil milhões de euros, 0,7% acima do valor apurado no ano anterior, passando a ter um peso de 1,3% no Produto Interno Bruto.
O valor global dos ativos das empresas do sector calcula-se em 16,7 mil milhões de euros, sem grandes alterações face a 2021. Os capitais próprios também cresceram: 18% para 4,2 mil milhões de euros. O passivo, por seu lado, recuou em 4% para 12,5 mil milhões de euros.
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