Ao Financial Times, fontes com conhecimento na matéria afirmam que os compradores de equipamentos de TI apoiados pelo Estado, incluindo para operadoras de telecomunicações, serviços públicos e outras indústrias, começaram a analisar de maneira mais rigorosa as propostas de fornecedores estrangeiros. 

Não perca nenhuma notícia importante da atualidade de tecnologia e acompanhe tudo em tek.sapo.pt

Este processo requer que quaisquer contratos apresentados pela Ericsson e Nokia sejam submetidos a análises mais “apertadas” pela Administração do Ciberespaço da China. As análises podem prolongar-se por três meses ou mais e, até nos casos em que as empresas europeias conseguem uma aprovação, estas acabam por ficar em desvantagem em relação às rivais chinesas, que não enfrentam o mesmo nível de escrutínio.

Os esforços da China para limitar o uso de equipamento europeu aprofundaram–se após 2022, altura em que foi realizada uma atualização à lei da cibersegurança, avança o jornal britânico. Com ela, passou a ser exigido a todos os operadores de infraestruturas de informação críticas que submetam à Administração do Ciberespaço da China qualquer compra que possa representar um risco para a segurança.

As crescentes restrições impostas pelo governo chinês levaram a uma queda na quota de mercado da Ericsson e Nokia na China, de 12% em 2020 a cerca de 4% no ano passado, indicam dados avançados pelo analista Stefan Pongratz do Dell’Oro Group. As duas empresas registaram também quebras nas receitas vindas do mercado chinês. 

5G ampliou riscos de segurança e a Europa não está a fazer o suficiente para os evitar
5G ampliou riscos de segurança e a Europa não está a fazer o suficiente para os evitar
Ver artigo

A Câmara de Comércio da União Europeia na China já alertou que os requisitos exigidos por Pequim às empresas europeias nos sectores das telecomunicações e TI são uma “ameaça existencial”.

Os legisladores europeus também têm manifestado preocupações em relação aos fornecedores chineses no sector das telecomunicações, alertando para riscos de espionagem e do uso de “backdoors”. No entanto, quase cinco anos depois de a Comissão Europeia ter apelado aos Estados-membros para proibirem fornecedores de alto risco, como a Huawei e ZTE, apenas 10 dos 27 países da União Europeia tinham avançado com restrições até junho deste ano.