
Depois da Samsung e de outros fabricantes sul-coreanos, chegou a vez da TSMC ver a sua “via-verde” nas exportações para a China ser revogada. A maior fabricante mundial de semicondutores, tal como a Samsung, tinha uma autorização especial que a mantinha à margem das restrições à exportação aplicadas pelos Estados Unidos no mercado de processadores.
Com essa exclusão garantiam o fornecimento de equipamentos e do material necessário, fabricado nos Estados Unidos, para abastecer as suas fábricas na China. A administração de Donald Trump decidiu rever essas condições de exportação e dar-lhes um prazo. Ainda não se sabe o que vai acontecer depois disso.
O estatuto aplicado à TSMC, à Samsung e a outros fabricantes sul-coreanos, tinha sido criado ainda sob a administração de Joe Biden e é agora considerado demasiado flexível para prevenir o acesso da China a tecnologias que os Estados Unidos consideram críticas, para o desenvolvimento de sistema que podem converter-se numa ameaça à sua segurança interna.
Para já, as ações da TSMC não refletiram o impacto da decisão americana e segundo dados da própria empresa, a fábrica na China contribuiu no ano passado para gerar apenas 2,4% por cento das receitas totais da companhia.
No entanto, é de sublinhar que, sendo a gigante de Taiwan a maior fabricante de semicondutores do mundo sob contrato, é das suas fábricas que saem os chips que levam a marca dos mais diversos fabricantes a nível global. A quota de mercado global da TSMC ronda os 70%. Por exemplo, a TSMC é o parceiro de excelência da Nvidia, na produção dos chips e tecnologias de processamento que esta desenha.
Recuando aos anos da pandemia, vale a pena lembrar que a paragem forçada de fábricas da TSMC na Ásia e os constrangimentos inerentes na cadeia logística da companhia foram o fator que mais contribuiu para a escassez mundial de chips que desequilibrou completamente o mercado e afetou vários sectores da economia.
Se nada se alterar até lá, a TSMC passará a precisar de licença para exportar material para a sua fábrica na China após 31 de dezembro de 2025. Em causa está o fornecimento de equipamentos e tecnologia crítica para as operações da fábrica de Nanjing. Nesta fábrica a TSMC produz chips de 16 nanómetros, entre outros - nenhum dos modelos mais avançados.
A TSMC já reagiu à decisão e diz que está em conversações com o governo norte-americano, assegurando que continua empenhada em “garantir o funcionamento ininterrupto da TSMC Nanjing”, cita a Reuters.
Na passada sexta-feira o Departamento de Comércio dos Estados Unidos tinha dito que planeava atribuir licenças que permitissem às empresas estrangeiras com fábricas na China manterem essas operações a funcionar, mas não para expandir capacidade ou atualizar a tecnologia.
Analistas consultados pela Reuters sublinham que a medida também deve afetar os fabricantes americanos, que provavelmente vão passar a vender cada vez menos para a China com estas restrições. Por outro lado, não é certo que essa quebra se traduza em benefícios diretos para os fabricantes chineses, se a pressão americana conseguir fazer as empresas visadas recuarem nos seus planos de desenvolvimentos futuros para as fábricas chinesas, de forma a evitar constrangimentos.
Recorde-se que recentemente os Estados Unidos chegaram a acordo com a Nvidia e a AMD para que estas possam retomar as exportações para a China dos seus processadores mais avançados.
As vendas estavam bloqueadas ao abrigo dos controlos que previnem o fornecimento de tecnologia ao país por alegadas questões de segurança. A exclusão às restrições vai passar por um modelo de partilha de receitas das vendas com os EUA. O tempo dirá se TSMC e Samsung vão receber propostas idênticas.
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