A Associação de Operadores de Telecomunicações (APRITEL) apresentou os mais recentes dados sobre os preços das comunicações, baseados nos números da EUROSTAT referentes a março de 2022. A associação salienta a dinâmica competitiva do mercado português das comunicações eletrónicas que contribui para a descida generalizada dos preços praticados em Portugal quando comparados com os outros países da União Europia.

“Num contexto de aumento generalizado dos preços na economia, os serviços de comunicações nacionais contribuem para uma menor pressão inflacionista na economia nacional, por via de uma evolução abaixo da inflação verificada”, refere no comunicado.

Centrando-se nos preços dos serviços de internet fixa, a associação aponta que Portugal se encontra na liderança das reduções, no que diz respeito à média dos últimos 12 meses. Nesse sentido, destaca que os serviços de internet fixa diminuíram 5,2%, contrastando com a União Europeia que registou um aumento de 0,9%.

APRITEL - março 2022

Portugal ocupa o segundo lugar da lista, atrás da Eslovénia que baixou 6,1% e a Bulgária e a Grécia em terceiro, com menos 4,5%. Do outro lado do espectro, a França foi a que registou um maior crescimento nos preços em 5,1%, seguindo-se a Finlândia com 1,8% e a Áustria com 1,7%.

A APRITEL salienta ainda que paralelamente à redução dos preços, a taxa de cobertura de redes fixas de alta velocidade tem vindo a aumentar. A associação cita os números da Anacom, referindo que em 2021 foi atingido os 92% da totalidade dos alojamentos na cobertura das redes de alta velocidade, sendo um crescimento de 3,1% face a 2020.

É também referido que os dados comparativos de evolução de preços suportados no IHPC (Índice harmonizado de preços no consumidor) do EUROSTAT não podem ser utilizados para comparar níveis de preços entre países, mas apenas a evolução dos mesmos. Este é, aliás, o ponto de discórdia com a Anacom, que continua a considerar Portugal como um dos países com o preço dos dados móveis mais elevados da Europa.

A associação diz que os enviesamentos da análise são tanto maiores quanto maior for a série temporal, “na medida em que o IHCP altera os pesos de cada componente, de ano para ano, o que impõe limitações às conclusões que podem ser retiradas de séries históricas longas do mesmo índice.