A Xiaomi conseguiu uma primeira vitória na justiça norte-americana contra a ordem presidencial que a inclui na “lista negra” do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
A ordem foi emitida pelo presidente Trump, já na reta final do mandato, e incluía a empresa na lista de companhias afiliadas ao Partido Comunista e ao exército chinês e de potencial risco para a economia local. A ordem entrava em efeito na próxima semana, mas a vitória nesta primeira instância de recurso garante o bloqueio imediato da medida.
Embora temporária, a decisão é comemorada pela Xiaomi que reitera independência e afasta qualquer ligação aos interesses políticos e militares da China. A empresa considerou a decisão “arbitrária e caprichosa” e o tribunal concordou com a avaliação, à luz dos argumentos disponíveis. Na decisão admite-se que a medida, que coloca a Xiaomi na iminência de ser banida das bolsas norte-americanas e dos índices de referência mundial, pode provocar “danos irreparáveis” à empresa.
A ordem de Trump bania o investimento norte-americano em empresas chinesas detidas ou controladas pelo exército chinês, pelos riscos que esta ligação pode representar para a segurança nacional dos Estados Unidos, uma relação causa-efeito que o tribunal encarregue de apreciar o processo da injução da Xiaomi não deu como provada. "O tribunal está um pouco cético quanto ao facto de estarem aqui implicados importantes interesses de segurança nacional”, escreve a Bloomberg, citando o texto da decisão.
Logo após a decisão, que visou cerca de uma dezena de entidades, a Xiaomi já fazia contas ao impacto da medida, assegurando que o anúncio da inclusão da companhia na “lista negra” do Departamento de Defesa já tinha feito cair a cotação em bolsa em cerca de 10%. Desta mesma lista fazem parte várias outras empresas, como a Huawei ou a ZTE, que lá constam desde 2019.
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