Donald Trump assinou esta quinta-feira a ordem executiva que garante a continuidade do TikTok nos Estados Unidos e consuma a validade de um acordo para a compra de parte da plataforma por investidores americanos. O que ainda não se sabe em detalhe é como será garantido é o controlo do algoritmo no centro da polémica que levou à proibição da rede social no país, mas a Casa Branca desvaloriza.

Muitos dos detalhes do acordo estão ainda por ser confirmados. O que se sabe, basicamente, é aquilo que tinha de acontecer para que a lei que proibiu a permanência da rede social no país no ano passado pudesse não ser aplicada.

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Há um acordo que prevê a aquisição de parte da operação por investidores americanos. Esse consórcio ficará com a maior fatia da nova empresa e a ByteDance com menos de 20%.

A ordem executiva refere que a nova empresa terá um novo conselho de administração, que vai seguir regras para proteger os dados americanos e a segurança nacional e que o algoritmo de recomendação, o código e o sistema de moderação de conteúdo do TikTok nos EUA ficarão sob o controlo dos novos proprietários, adianta o The Verge. A nova empresa do TikTok está avaliada em 14 mil milhões de dólares, confirmou também o vice-presidente JD Vance.

Depois de assinar a ordem executiva, o presidente dos Estados Unidos voltou a apontar alguns nomes de investidores envolvidos no negócio, como Michael Dell (fundador da Dell) ou Rupert Murdoch (magnata dos media e dono da Fox News).

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O que dizem as fontes citadas pela imprensa americana, nomeadamente a CNBC, é que um grupo de investidores americanos liderado pela Oracle e pelos fundos Silver Lake e MGX vão ficar com 45% da nova empresa. A ByteDance, atual dono do TikTok, vai ficar com 19,9% e o resto do capital (cerca de 30%) fica com investidores que já tinham participação na rede social. Há dias, informações não confirmadas já indicavam que 80% do capital do "novo" TikTok ficaria nas mãos de investidores americanos. Na distribuição que agora se avança não há detalhes sobre os investidores que vão ficar com 30% da empresa.

Note-se que a Oracle tinha já uma parceria estratégica com o TikTok. A tecnológica foi o parceiro escolhido pela ByteDance quando a polémica com a rede social subiu de tom nos EUA, porque os dados de utilizadores americanos eram enviados para os data centers da ByteDance na China. O acordo com a Oracle serviu para dar garantias que a gestão de todo o tráfego e dados originados na rede social passavam a ser feitos nos Estados Unidos.

Nos termos do novo acordo, indicam fontes, continuará a caber à Oracle tratar da segurança dos dados que circulam na rede social e do algoritmo, que continua a ser da ByteDance e passa a ser licenciado à nova empresa. O modelo, que já se antecipava (licenciamento do algoritmo à ByteDance), tem merecido algumas críticas, uma vez que o “cérebro” do TikTok na verdade vai continuar detido por quem já o controlava.

No evento promovido para assinalar a assinatura da ordem executiva, que confirma a chegada a uma solução que cumpre os critérios necessários para que o TikTok não seja banido nos Estados Unidos, o vice-presidente do país afastou os receios. Assegurou que o acordo garante que os norte-americanos terão “controlo sobre a forma como o algoritmo direciona o conteúdo para os utilizadores”, cita o Engadget.

A ordem executiva referirá mesmo que o algoritmo será retreinado e monitorizado pelos parceiros de segurança da nova empresa norte-americana, e que a operação do algoritmo ficará sob o controlo da nova joint venture, acrescenta a Reuters.

Donald Trump acrescentou que o governo chinês está completamente alinhado com o acordo. A confirmação de um acordo a este nível já tinha sido dada antes.