A plataforma foi lançada esta semana e a pandemia da COVID-19 foi vista como uma oportunidade e não como um entrave, até porque a SheerME quer facilitar a vida dos utilizadores destes serviços mas também dos profissionais que começaram a reabrir os seus salões de beleza, SPAs e ginásios com novas obrigações de marcação prévia.
Miguel Alves Ribeiro é o empreendedor por detrás da ideia. Depois de ter lançado a Best Tables e ajudado a impulsionar a Zomato em Portugal, alargando também o negócio ao Brasil e ao resto da Europa, avança agora com um novo conceito na área da saúde e beleza.
“Esta é uma área que precisa de uma grande transformação digital”, explica Miguel Alves Ribeiro, lembrando que é muito difícil encontra informação sobre estes tipos de serviço, mas também conseguir fazer marcações, o que muitas vezes envolve longos telefonemas e quase um jogo de paciência para conseguir encontrar um slot livre.
O período de pandemia foi visto como uma janela de oportunidade para lançar a plataforma e por isso todos os planos que estavam definidos para setembro foram antecipados. “Lançámos a plataforma ainda num formato ‘barebone’, mais um diretório do que outra coisa, e ao longo do tempo vamos adicionar as funcionalidades”, adianta ao SAPO TEK.
Para já a SheerME funciona em modelo Web app e é mais um diretório, dando já acesso a mais de 600 espaços, nos quais vai ser possível aceder a informação e escrever opiniões, com acesso a uma plataforma de marcação. “A ideia é que a SheerMe tenha uma componente social forte, com um feed semelhante ao Facebook direcionado à saúde e beleza. O perfil funciona como um mini blog”, explica Miguel Alves Ribeiro. A aposta no vídeo é também um dos elementos relevantes e os profissionais podem promover os seus serviços e até vender workshops.
Um vídeo mostra o flow de pesquisa e o modelo de marcação que deverá estar a funcionar ainda na primeira semana de julho
E o modelo de negócio? À semelhança do que implementou na Best Tables, o empreendedor vai apostar num fee cobrado aos serviços pelas marcações, e também pela promoção do espaço na SheerME. “Este é um negócio de massas, para ter resultados tem de escalar”, afirma.
Para já e pelo menos até setembro todos os serviços vão ser gratuitos, uma forma de trazer mais espaços para a SheerMe e ganhar volume de oferta.
Da restauração para a saúde e beleza
E o que têm em comum as áreas da restauração, que a Zomato ajudou a transformar, e a saúde e beleza? Meio a brincar Miguel Alves Ribeiro explica que na área da alimentação ganhou alguns quilos e agora quer perdê-los com a SheerME. Mas é muito mais do que isso. A ideia está a ser desenvolvida em conjunto com a sua mulher e resulta de uma análise séria ao negócio.
“Há uma relação muito próxima entre o que fizemos há 10 anos na digitalização, na transformação do negócio da restauração”, explica. Havia algumas ideias iniciais sobre o facto dos espaços perceberem o potencial de aumentarem a sua pegada digital mas não saberem como fazer as campanhas e o posicionamento, e o facto das listagens de negócios serem muito aproximadas em termos de números. E foi com isso que a SheerME começou a trabalhar, mas já identificou algumas dificuldades, em especial a falta de informação e a deficiência de conteúdo. “Há 10 anos atrás os restaurantes tinham mais cuidado em manter e desenvolver conteúdo do que estes espaços. Há uma necessidade absoluta de melhorar, precisam muito da nossa ajuda”, refere.
Para fazer um trabalho bem feito que venha a tornar-se um Zomato dos espaços de saúde e beleza, a SheerME sabe que “é preciso amor de ir à rua”, fazer o levantamento e trabalhar os conteúdos com os profissionais. “Isto não é algo em que possamos dizer ‘Let’s build it nad they will come’”, afirma.
Para já a plataforma tem 600 espaços listados, e quer chegar aos mil até final de junho, ainda só em Lisboa, e continuar a escalar este número. As limitações da COVID-19 e as exigências de segurança estão a fazer com que este trabalho seja mais lento mas ainda neste verão o objetivo é ter Lisboa coberta, e até dezembro chegar a todo o país. A internacionalização surgirá a prazo, e em 2021 Miguel Alves Ribeiro promete pensar no primeiro país.
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