A Microsoft continua numa maratona para convencer os reguladores de que a aquisição da Activision Blizzard não se tornará um monopólio, prejudicando os seus concorrentes diretos, como a Sony PlayStation e a Nintendo. No centro do furacão do negócio está a série Call of Duty, que continua a ser o travão que pode impedir o avanço da aquisição. Nos mais recentes capítulos, o regulador do comércio dos Estados Unidos está a finalizar a investigação do negócio, havendo uma probabilidade de se avançar para um processo antitrust e impedir o negócio.

A Microsoft, desde o primeiro dia, garante não ter intenções de fechar Call of Duty, nem outros jogos geridos pela Activision Blizzard a outras plataformas. A gigante tecnológica já propôs um acordo para manter a série nas consolas da Sony durante 10 anos. Argumentos que ainda não convenceram a Sony, nem até agora os reguladores. Mesmo sem saber ainda a decisão final da dona da PlayStation, o líder da divisão Xbox, Phil Spencer, revelou hoje que fez o mesmo acordo com a Nintendo.

Num post do Twitter, refere que a Microsoft entrou num acordo de compromisso com a Nintendo, para lançar Call of Duty nas suas consolas durante 10 anos. Neste caso, a Microsoft está a ir mais além, uma vez que há muitos anos que a Activision não lança títulos da série nas consolas da Nintendo, aliás, a Switch não tem qualquer capítulo dos jogos. A gigante nipónica acaba por vir a beneficiar de todo o processo, se a compra for para a frente. E nas suas palavras, “a Microsoft está comprometida em ajudar a trazer mais jogos a mais pessoas, onde quer que escolham jogar”.

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Além das consolas, Phil Spencer revelou no Twitter que o acordo é válido também para o Steam. Ou seja, além do seu serviço de Game Pass para PC e Xbox, no mesmo dia de lançamento ficou fechado com a Valve que após a aquisição os jogadores que preferem o Steam vão continuar a receber os jogos Call of Duty nesta plataforma. Não foi referido, no entanto, se há acordo com a Epic Games para lançar também na sua loja.

Fazer acordos com os concorrentes diretos, reduzindo o impacto do negócio da aquisição da Activision, tem sido uma das prioridades da Microsoft para convencer os reguladores. Mas a Sony poderá ser a empresa mais difícil de convencer. Além disso, há 16 reguladores em todo o mundo a avaliar o potencial impacto do negócio para a concorrência nos respetivos países, ou regiões. Só dois já aprovaram a operação anunciada em janeiro: Brasil e Arábia Saudita.

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Na União Europeia ou no Reino Unido, por exemplo, o caso não parece tão favorável para a dona da Xbox. Ambos os reguladores avançaram para investigações aprofundadas ao negócio, que devem estar concluídas nos próximos meses (até março, no caso da CE).

Em janeiro de 2022, a Microsoft propôs-se a comprar a Activision Blizzard naquele que poderá ser um dos maiores negócios tecnológicos de sempre, e a maior da gigante de Redmond, avaliado em 68,7 mil milhões de dólares. A Activision Blizzard tem muitos ativos apetecíveis, como a King, uma das maiores empresas de jogos mobile ou a Blizzard, um dos estúdios mais reputados da indústria. Mas é a série Call of Duty o principal “espinho” do negócio.

Recentemente, o presidente da Microsoft, Brad Smith, disse que o bloqueio da aquisição da Activision pela FTC ia tornar a indústria dos videojogos menos competitivas e prejudicar os gamers. "O negócio é bom para a concorrência, consumidores e milhares de developers de videojogos", referiu numa entrevista ao Wall Street Journal.

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