A flexibilidade laboral, a adoção de novas tecnologias e pacotes salariais competitivos são determinantes para as empresas que pretendem atrair e reter os melhores talentos no sector da tecnologia. Assim indicam as principais conclusões do estudo “HTTP: Hiring Tech Talent in Portugal”.
Realizado pela Damia Group Portugal, em parceria com a SIXT, a edição de 2025 do relatório anual aponta a valorização salarial no sector tecnológico como uma constante. Funções como engenheiros de backend podem alcançar salários anuais de até 110.000 euros, enquanto líderes de engenharia ultrapassam os 150.000 euros.
Áreas como Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML) continuam em ascensão, refletindo a procura crescente por especialistas em NLP (Processamento de Linguagem Natural) e engenheiros de modelos de grande escala.
“Tudo o que é relacionado com IA tem tido um impacto significativo no mercado” explicou Cláudio Menezes, CEO da Damia Group Portugal, em declarações exclusivas ao SAPO TEK. “As empresas procuram reforçar a sua competitividade através da integração dessas tecnologias, o que resulta numa maior procura por especialistas na área”.
Além disso, destaca-se o crescimento contínuo em funções ligadas à cloud e ao desenvolvimento frontend, áreas já consolidadas como estratégicas, acrescentou.
O estudo refere Lisboa e Porto como os polos predominantes de talento tecnológico, mas cidades como Braga, Aveiro e Faro têm registado um crescimento significativo.
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Esta descentralização é impulsionada por modelos de trabalho híbridos, permitindo aos profissionais conciliarem a qualidade de vida em localidades menores com a produtividade de funções remotas.
“É inegável que Porto e Lisboa continuam a ser os grandes centros no que diz respeito ao recrutamento tecnológico em Portugal. No entanto, com a flexibilidade do trabalho híbrido e remoto, cidades próximas tornam-se cada vez mais atrativas”, referiu Cláudio Menezes.
Retenção de talento e IA: melhores estratégias e maiores desafios
A retenção de talentos qualificados continua a ser um dos maiores desafios para as empresas em Portugal, sobretudo na área tecnológica. O estudo destaca benefícios como semanas de trabalho reduzidas, seguros de saúde privados, flexibilidade laboral e programas de formação contínua como elementos cruciais para atrair e reter profissionais. Estes benefícios, associados à possibilidade de trabalhar remotamente ou em modelos híbridos, tornam-se essenciais num mercado que é nitidamente liderado por parte dos candidatos.
Para Cláudio Menezes, a flexibilidade laboral é uma das chaves do sucesso. “O dinheiro é, sem dúvida, um fator importante, mas estratégias como permitir trabalho 100% remoto ou híbrido, além de horários flexíveis, podem ser altamente atrativas. “Algumas empresas têm apostado na semana de trabalho de quatro dias, seguros de saúde e até subsídios para serviços de streaming, o que ajuda a diferenciar as suas ofertas”.
“No nosso portfólio, não temos clientes que obriguem os colaboradores a estarem no escritório cinco dias por semana. As empresas mais bem-sucedidas adotam culturas híbridas, combinando flexibilidade com o presencial”.
A crescente integração da tecnologia de inteligência artificial nos processos empresariais foi outros dos temas abordados com o CEO da Damia Group Portugal. Cláudio Menezes acredita que a IA será transversal a todos os setores em breve, referindo que a sua implementação é inevitável para manter a competitividade.
E embora exista a ideia de que a IA poderia substituir os desenvolvedores de software, o responsável discorda. “Não acredito que os software developers sejam substituídos, mas é inegável que a IA será uma ‘ameaça saudável’. Vamos caminhar para a robotização de tarefas menos estratégicas, enquanto os profissionais se concentram em atividades de maior valor”.
Apesar dos desafios económicos globais, Portugal continua a consolidar-se como um destino preferencial para investimentos tecnológicos, apontam os resultados do estudo e considera Cláudio Menezes.
O país oferece uma combinação de mão de obra altamente qualificada, custos competitivos e qualidade de vida, o que irá contribui para manter a tendência. “Portugal é um país fantástico para centros tecnológicos. Formamos profissionais extremamente competentes e não há sinais de que esta dinâmica esteja a abrandar”, rematou.
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