PJ detém cinco pessoas em Campo Maior por fraude com MB Way

15 abr 2025 09:39

Uma das fraudes do grupo de cinco pessoas, todas com ligação familiar, terá lesado uma vítima em cerca de 19 mil euros.

Em comunicado a Polícia Judiciária explica que a detenção foi feita pela Unidade Local de Investigação Criminal de Évora, e que os cinco suspeitos viviam exclusivamente destas burlas. A detenção aconteceu em Campo Maior por suspeitas da prática dos crimes de burla informática, falsidade informática e acesso ilegítimo.

"Os suspeitos, todos com ligações familiares, viviam exclusivamente das burlas praticadas em plataformas de venda de produtos, através de contactos que faziam com as vítimas por telefone, questionando se podiam pagar o artigo por MBWay", adianta a Polícia Judiciária.

Através deste esquema de burla, os suspeitos faziam com que as vítimas dessem automaticamente, sem o saber, acesso ao seu cartão de débito ou à sua conta bancária via MB Way. Uma das fraudes terá lesado a vítima em cerca de 19 mil euros, em outubro de 2022.

A PJ indica que os detidos são visados em outros inquéritos pelos mesmos motivos, e serão hoje presentes à autoridade judiciária para primeiro interrogatório, para aplicação das medidas de coação.

Em fevereiro a PJ deteve uma rede ligada a burlas e falsidade informática através do MB Way. Os arguidos, 16 homens e 13 mulheres, com idades entre 23 e 71 anos, residiam sobretudo no Alentejo, havendo relações familiares entre alguns. Dos suspeitos, 18 moravam na mesma localidade e 26 estavam desempregados.

Tudo começava com a consulta de páginas na Internet com anúncios de venda de artigos. Identificado o anúncio - a esmagadora maioria publicados no OLX - o passo seguinte passava por contactar o vendedor, revelando interesse na sua aquisição e sugerindo pagamento através do MB WAY.

Nos 61 casos (um na forma tentada) apresentados pelo MP, quase todos os lesados não utilizavam aquelas aplicações, nem conheciam o seu funcionamento. Os arguidos e outras pessoas que o MP não identificou prontificavam-se a ajudar e, numa caixa Multibanco, os lesados faziam as operações indicadas pelos supostos compradores.

As operações passavam por associar o cartão bancário do vendedor do artigo ao telemóvel do alegado comprador, que ganhava, dessa forma, através da aplicação, acesso ao cartão e conta bancária dos lesados.

No final do ano passado a PSP indicava que as burlas “Olá pai, Olá Mãe", Pagamentos por MB Way e Falso CEO estavam entre as principais fraudes registadas. A polícia deixou um alerta para as 9 burlas mais utilizadas através do telemóvel e as medidas para evitar cair em esquemas na altura de fazer negócios ou procurar emprego.

Estar atento a chamadas de números desconhecidos, onde as pessoas se identificam como familiares ou amigos é uma das regras. Deve fazer uma despistagem colocando questões individuais, onde apenas o próprio saiba responder. Deve ter ainda atenção às mensagens no telefone que apelem a pagamentos urgentes, deve sempre confirmar se estas são autênticas.

“Desconfie e evite qualquer tipo de transferência monetária para outro nome de pessoa que não daquela com quem está a efetuar o negócio”, lê-se na lista de recomendações. Sobre os pagamentos por MB Way, caso não esteja familiarizado com os procedimentos, opte por não utilizar esta forma, mesmo que seja insistido pela outra pessoa.

Para o caso de ter sido vítima de uma burla, a PSP recomenda que guarde sempre os números de contacto, as mensagens trocadas, emails, fotografias e links utilizados. Deverá denunciar de imediato esse crime às autoridades.