As gigantes tecnológicas continuam na mira dos reguladores da União Europeia devido às suas práticas antitrust por posição dominante no mercado. A Microsoft poderá ser investigada por Bruxelas devido às suas práticas no negócio de cloud. Os reguladores começaram a questionar tanto os concorrentes da empresa como os seus clientes sobre o negócio praticado, assim como os acordos de licenciamento, avança a Reuters. Esta abordagem preliminar poderá levar a um processo de investigação formal e novo escrutínio à gigante tecnológica.
O novo processo deve-se às queixas que Bruxelas recebeu da NextCloud, uma fornecedora de software alemã, da francesa OVHcloud e duas outras empresas do sector, sobre as práticas da Microsoft na cloud. “A Comissão tem informação de que a Microsoft poderá estar a usar a sua potencial posição dominante em certos mercados de software para encerrar a concorrência em alguns serviços de computação em cloud”, refere fonte oficial citado pela agência noticiosa.
Os reguladores querem saber se os termos dos acordos de licenciamento da Microsoft com os fornecedores de serviços em cloud permitem aos concorrentes competir eficazmente. Querem também saber se as empresas precisam dos sistemas operativos e aplicações de produtividade da Microsoft para complementar a sua própria oferta de infraestrutura de cloud, de forma a competir com eficácia.
Outras perguntas passam pelas diferenças entre taxas de licenciamento e os termos comerciais entre os acordos de licenciamento com os fornecedores de serviços de cloud e outro programa em que eles criam bundles e revendem indiretamente os serviços da Microsoft juntamente com os seus. As potenciais limitações técnicas nos serviços de armazenamento em cloud disponíveis às infraestruturas das empresas também são um foco de investigação.
A Microsoft já respondeu que continua a avaliar continuadamente novas formas para melhorar o suporte aos seus parceiros e tornar o seu software disponível para clientes em todos os ambientes, incluindo aqueles que são de outros fornecedores de cloud.
A Reuters diz que a Comissão Europeia já multou a Microsoft num total de 1,6 mil milhões de euros na última década por quebras na lei antitrust da União Europeia e não cumprir os pedidos para parar com as suas práticas anticoncorrenciais.
Na sua queixa à Comissão, a OVHcloud disse que além do software de produtividade Office tornar mais dispendioso usar os serviços de cloud, acusa a Microsoft de que o seu software não funciona muito bem em outros serviços de cloud, dificultando a concorrência, avança a CPI. Ainda segundo a publicação, antes disso, a Nextcloud havia avançado com a queixa de que a Microsoft “injeta” o seu serviço OneDrive no Windows, incluindo software pré-instalado, dando aos utilizadores armazenamento gratuito, incentivando-os a usar o serviço através de pop-ups. A Nextcloud oferece outras alternativas como o Dropbox e Google Drive.
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