Nem só de “topos de gama” ou flashships se faz uma marca, e a Huawei sabe isso muito bem. E por isso a estratégia da marca é estar em todos os segmentos, com produtos mais baratos para a gama de entrada dos smartphones, no valor médio dos 200 a 300 euros, e naturalmente também nos modelos de topo de gama, cujos preços são cada vez mais altos, acima dos 600 euros e chegando muitas vezes aos 1.000 euros.
Hoje a Huawei apresentou em Portugal uma nova linha de equipamentos para a gama média, os Huawei P smart que vão chegar às lojas a 5 de fevereiro em três cores, e com preços a rondar os 280 euros.
Tiago Flores, responsável pela área mobile, explicou ao SAPO TEK que esta linha de produtos complementa os lite que a Huawei já tinha no mercado, e que se integra na estratégia definida pela marca.
“Vamos apostar em todos segmentos e fazer campanhas e não considerar apenas alguma gamas que são flaghship. Queremos dar mais atenção à gama média. Consideramos que é altamente relevante para o mercado português e com esta estratégia muito adaptada ao mercado português achamos que estamos bem lançados para no próximo ano atingirmos a liderança”, justificou em entrevista após a conferência de apresentação dos P smart.
Segundo os números partilhados, a Huawei cresceu 47% no segmento mobile em 2017, bastante acima do mercado, referiu Tiago Flores com base em dados da consultora GfK. E para 2018 o objetivo é continuar a crescer, chegando à liderança em 2018.
“A expectativa para 2018 é continuar a trazer para o consumidor em Portugal, nos vários segmentos, o melhor produto em cada segmento. Para isso acreditamos que temos de ter o melhor produto em termos de especificações, comunicá-lo bem, e ter a oferta mais adequada”, afirma.
A aposta em trazer características diferenciadoras e muito valorizadas pelos consumidores para a gama média, a um “preço justo”, é destacada como relevante, mas também o investimento na proximidade, na comunicação e serviço ao consumidor.
“Demos passos grandes no ano passado com dois service centres […] Somos a única marca que conseguiu abrir dois service centers, dedicados e únicos para smartphones, em Portugal”, adianta. “Dissemos que no ano passado era determinante para o nosso objetivo termos essa experiência para o consumidor português, com atendimento personalizado, por excelência, em espaço nobre”, refere Tiago Flores.
No meio está a virtude
O mercado de smartphones com preços entre 200 e 300 euros é o que concentra cerca de 60% do volume de vendas, e onde há também uma concorrência mais forte entre as várias marcas. Basta passar pelas lojas para ver a oferta diversificada, onde a diferenciação nem sempre é fácil.
Tiago Flores admite que a quita de mercado da Huawei nesta gama ronda os 35% mas que é entre os equipamentos de gama média que a marca faz cerca de 70% do seu volume. Com a nova linha P smart, que vai conviver nas lojas com a lite, é reforçada a aposta nesta área, com um reflexo expectável no volume de vendas.
“Não vamos também abandonar a gama de entrada. Acreditamos que a marca tem de se adaptar ao mercado, e o objetivo é apostar na gama de topo - e vamos apresentar este ano tecnologia inovadora e disruptiva em relação às capacidades dos smartphones à volta da inteligência artificial e da fotografia, com tecnologia diferenciadora onde vamos ser pioneiros – no primeiro trimestre. Mas sabendo que o mercado tem estas características quisemos adaptar a oferta a estas gamas que são relevantes no mercado português e achamos determinante continuarmos a fazer este investimento”, sublinha.
Para além das características referidas de ecrã de boa qualidade e dimensão, com boas câmaras com “capacidade de fotografia artística” e uma bateria de boa capacidade, a aposta no dual SIM continua a ser valorizada pelos clientes, e os P smart também têm essa característica.
E quando ao equilíbrio entre as vendas no mercado livre e nas operadoras? Tiago Flores afirma que o mercado continua muito dividido e muito dinâmico, “explorando o que cada um tem de melhor”, sublinha.
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