Em maio de 2020, o Facebook comprou a plataforma de Gifs animados Giphy, um negócio que terá custado aos cofres da empresa de Mark Zuckerberg 400 milhões de dólares. O objetivo era integrar a sua base de dados na rede social, no Instagram, assim como noutros serviços da empresa. O Giphy sempre foi muito popular nas redes sociais, mas no caso do Facebook, este era responsável por 50% do tráfego diário e o Instagram somava 25%.
Na altura de aquisição, o Facebook referiu que o ecossistema da Giphy continuaria aberto a todos os utilizadores e criadores de conteúdo. Os developers, incluindo os que têm parcerias com empresas como o Twitter, o Slack, o Skype, a TikTok, o Tinder e a Samsung continuariam também a ter acesso à vasta biblioteca de conteúdo presente na plataforma. As promessas não impedirem que a Autoridade britânica da concorrência abrisse um processo de investigação.
Mais de um ano depois da aquisição, há novos dados encontrados pela investigação iniciada pelos reguladores britânicos que colocam em causa a competição saudável e o Facebook poderá mesmo ser obrigado a vender a Giphy. Numa nota partilhada, a autoridade diz que a aquisição do Giphy tem um impacto negativo na concorrência entre as plataformas sociais. É referido que muitos dos milhões de posts partilhados diariamente, nas diversas redes sociais, contêm gifs. “Qualquer redução na escolha e qualidade destes gifs pode afetar significativamente a forma como as pessoas utilizam estes websites, independentemente se mudam ou não entre diferentes plataformas”, diz a nota.
É referido que qualquer plataforma concorrente ao Facebook utiliza gifs da Giphy, e apenas existe um outro grande fornecedor deste tipo de conteúdos, o Tenor da Google, plataforma com poucas opções. A investigação indicou que ao ter o controlo da Giphy, o Facebook pode negar o acesso à base de dados de gifs da Giphy. Ou por outro lado, pode mudar os termos de acesso, como por exemplo, pedir às empresas rivais interessadas, como o Snapchat, Twitter ou TikTok, que forneçam mais dados dos utilizadores. E estas ações podem levar ao aumento de poder no mercado pelo Facebook.
A investigação diz ainda que antes da compra, a Giphy estava a oferecer uma nova forma de publicidade paga inovadora nos Estados Unidos, que tinha potencial de competir com o próprio serviço do Facebook. Empresas como a Dunkin’ Donuts e a Pepsi faziam a promoção dos seus produtos através de imagens visuais e gifs. A reguladora descobriu ainda que antes da compra, a Giphy planeava expandir-se para outros países, incluindo o Reino Unido, o que levaria um novo player ao negócio da publicidade, desafiando o Facebook e incentivando mais inovação de outros no mercado, incluindo redes sociais e anunciantes. Com a aquisição, o Facebook cortou todos esses planos e “eliminou” um concorrente direto.
O regulador diz que estes dados são ainda provisórios, esperando respostas dos envolvidos até ao dia 2 de setembro. Está previsto um relatório final para o dia 6 de outubro e decisões sobre a ligação entre o Facebook e o Giphy.
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