Depois de processar a Google em 2020, naquela que foi considerada a maior ação legal antitrust desde o caso contra a Microsoft nos anos 90, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ na sigla em inglês) está a preparar-se para levar novamente a gigante de Mountain View a tribunal.

A empresa é acusada de abusar da sua posição dominante no mercado dos anúncios digitais, avança a Bloomberg, citando fontes com conhecimento na matéria. Ao que tudo indica, o DOJ poderá avançar com o processo em tribunal já em setembro.

Em declarações à Bloomberg, Peter Schottenfels, porta-voz da Google, afirma que as tecnologias de publicidade da empresa “ajudam websites e aplicações a financiar o seu conteúdo, impulsionando pequenos negócios para que cheguem a clientes por todo o mundo”.

A competição no mercado da publicidade online é enorme, o que tornou os anúncios ainda mais relevantes”, indica o porta-voz da tecnológica, acrescentando que a mesma situação levou à redução das taxas tecnológicas associadas à publicidade e à expansão das opções para anunciantes.

Recorde-se que, no processo submetido contra a Google em 2020, o DOJ e os representantes de 11 Estados norte-americanos acusaram a empresa de utilizar uma rede de negócios ilegais para manter uma posição privilegiada no mercado de motores de busca, assim como de reduzir o poder de escolha dos consumidores e de “sufocar” a concorrência.

O processo alegava também que a tecnológica estaria a pagar milhares de milhões de dólares a fabricantes como Apple, LG, Motorola ou Samsung, a operadoras norte-americanas e a às empresas que desenvolvem browsers para garantir a posição do Google como principal motor de busca nos smartphones.

Antitrust: EUA processam Google por abuso de posição dominante na maior ação legal dos últimos 20 anos
Antitrust: EUA processam Google por abuso de posição dominante na maior ação legal dos últimos 20 anos
Ver artigo

A Google defendeu-se argumentando que o processo estava “profundamente errado” e que a ação legal faria com que se privilegiassem motores de busca alternativos e de menor qualidade.

Do outro lado do Atlântico, a Google também tem estado na “mira” da Comissão Europeia e espera-se que o escrutínio aumente com a aprovação da Lei dos Mercados Digitais. Ainda em junho do ano passado, Bruxelas anunciou a abertura de uma investigação formal às práticas de publicidade digital da tecnológica para verificar se estava a violar as regras da concorrência na União Europeia.

A maior das multas aplicadas pela Comissão Europeia à Google foi de 4,34 mil milhões de euros, em julho de 2018, devido à atuação da empresa no mercado dos sistemas operativos e pesquisas em equipamentos móveis.