Entrevista Pedro Santos: “Somos um sucesso diferente do resto da Europa e temos um maior peso no mercado de TV”

A preparar-se para mais uma onda de novidades a apresentar na IFA, que decorre em setembro em Berlim, a Hisense tem somado bons resultados em Portugal, com quotas de mercado em TV que estão acima das registadas noutros países da Europa e que ajudam a impulsionar os números do negócio. Em entrevista ao TEK Notícias, Pedro Santos, diretor da Hisense Portugal, confirma que a faturação está a crescer a um bom ritmo e é também acompanhada pelo crescimento da equipa, que já soma 28 pessoas no escritório português.

Em 2024 a empresa cresceu 35% em Portugal, com uma faturação de 45 milhões de euros, um registo que se mantém no primeiro semestre e ajuda a definir expectativas de crescimento de 30 a 35% para 2025, como adianta Pedro Santos.

“Temos feito em Portugal um grande percurso, baseado na inovação em TV de grande formato e Laser TV mas também em eletrodomésticos, uma área que tem crescido muito nos últimos meses e que recuperou das quebras da pandemia de COVID-19, assim como em Ar Condicionado”, explica Pedro Santos.

A aposta em miniLED tem trazido benefícios e a Hisense é número um em Portugal e na Europa, explorando os benefícios da tecnologia que permite grandes formatos, com qualidade de imagem 4K. “Vamos continuar a desenvolver esta tecnologia que tem vantagens em grandes formatos e trazer mais upgrades no futuro”, sublinha Pedro Santos, destacando os próximos lançamentos na IFA com o RGB miniLED, onde a Hisense é pioneira, posicionando-se como uma marca de inovação nessa área.

Os grandes formatos são uma das tendências de crescimento no mercado e a Hisense lidera nos formatos de mais de 100 polegadas. Em 2024 a empresa garantiu uma quota de 15% de mercado em TV, sendo a segunda marca de TV mais vendida em todo o mundo há três anos consecutivos. No último trimestre os dados da GfK confirmam também que a Hisense lidera nos formatos a partir de 98 polegadas em Portugal.

Pedro Santos adianta que Portugal se destaca no posicionamento no mercado de TV. “Somos um sucesso diferente do resto da Europa e temos um maior peso no mercado de TV […] nas últimas duas semanas fomos número 1 em vendas, em quantidade, segundo os números da GfK”, explica.

Reforço da posição em Portugal

O posicionamento da Hisense em Portugal também garantiu o reforço da equipa e a consolidação na estrutura da empresa. Atualmente a Hisense tem um General Manager Ibérico mas Pedro Santos diz que o escritório está a fazer um caminho inverso ao da concorrência, que é cada vez mais ibérica enquanto a empresa está a reforçar a estrutura em Portugal.

“Ter uma equipa própria no mercado português tem benefícios a longo prazo. Os mercados e os clientes são diferentes em Espanha e em Portugal e é importante ter uma equipa e produtos dedicados” .

Pedro Santos adianta mesmo ao TEK Notícias que “a breve trecho deixaremos de ser uma sucursal e passaremos a ser uma subsidiária, não só pelo nível de faturação que tem vindo a crescer cada vez mais mas também pela necessidade de ter os produtos para o nosso próprio mercado”.

Impulso do miniLED e Laser TV

A tecnologia aliada aos patrocínios de grandes eventos desportivos, como o recente Mundial de Clubes da FIFA 2025, têm sido elementos relevantes para o crescimento da posição da Hisense no mercado de TV. “Somos uma marca que ouve o que os clientes procuram, com formatos de grande dimensão, qualidade de imagem com cores e contraste, upscaling de sinal e taxas elevadas de varrimento ideais para gaming”.  A gama ULED MiniLED da série U7Q de 100 polegadas é um dos exemplos de qualidade de imagem com elevado nível de nitidez e modo de jogo ultra a 165Hz. 

Veja a galeria do modelo Hisense U7Q Pro

Para o diretor da Hisense em Portugal, a tecnologia miniLED dá resposta nestas áreas e a tendência para a redução de preços também tem sido um dos fatores impulsionadores de vendas. “Hoje é possível comprar uma TV de 100 polegadas miniLED por cerca de 2.500 euros quando há pouco tempo o preço estava fixado nos 10 mil euros”.

Apesar do maior volume de vendas estar nas 43 polegadas, e tamanhos inferiores, com mais de 60% de todas as TVs vendidas, este mercado está a cair e é nos tamanhos maiores, de 55, 65 e 75 polegadas que se regista maios crescimento. Aqui a Hisense tem também a tecnologia de Laser TV que pode chegar a uma imagem de 120 polegadas projetada a menos de 20 cm de uma tela.

Para além dos projetores fixos a empresa tem também os modelos portáteis, como o Mini Projetor Laser Cinema C2  que consegue projetar um ecrã de 300 polegadas, ou o M2 Pro que deve chegar em breve ao mercado português.

Veja as imagens do Mini Projetor Laser Cinema C2 

“Na China, 20% do mercado de TV já é de projetores e o número está a crescer rapidamente”, afirma Pedro Santos, admitindo que na Europa as percentagens são ainda muito reduzidas e que os consumidores ainda não perceberam as vantagens destes produtos. “É difícil demonstrar no retalho”, explica, dizendo porém que os retalhistas estão atentos e que há projetos para desenvolver áreas de exposição dedicadas nas lojas.

NA IFA, que decorre em Berlim entre os dias 5 e 9 de setembro, a Hisense vai também revelar o seu primeiro televisor com tecnologia RGB MiniLED, com um ecrã de 116 polegadas que tira partido da inovação em que a marca é pioneira e da capacidade de processamento de IA para imagem e áudio, com VRR nativo de 165 Hz para gaming.

Eletrodomésticos “Fit”, Ar Condicionado profissional e um futuro com novas categorias

Para além das TVs a Hisense tem também uma posição forte na área dos eletrodomésticos, embora Pedro Santos reconheça que a marca é mais conhecida nesta área noutros países da Europa do que em Portugal. Os frigoríficos e as máquinas de lavar roupa, em especial os modelos de encastrar com a Gama Kitchen Fit, que se ajustam à estética das novas cozinhas, estão a estimular as vendas em Portugal e aqui também se destaca o investimento em design, tecnologia e inovação da marca.

“Temos também um grande investimento na conetividade e na Inteligência Artificial com o ConnectLife que está integrado em todos os produtos de TV e eletrodomésticos, incluindo o Ar Condicionado”, explica Pedro Santos detalhando que esta funcionalidade permite ter uma casa mais inteligente sem necessidade de domótica.

“Posso das a indicação ao forno da temperatura e tempo para cozinhar a pizza que está no frigorifico e receber na TV a indicação de que está pronta […] é um novo mundo de coisas que os nossos produtos já conseguem fazer e dão uma experiência diferente ao consumidor”.

Na área do Ar Condicionado a Hisense está também a crescer, mas com uma aposta mais profissional. Para isso criou no seu show room uma área de Academia, onde dá formação e certifica instaladores, apoiando os profissionais do sector e parceiros. “Já temos vários hotéis, hospitais e até o aeroporto de Lisboa com Ar Condicionado da Hisense”, sublinha, dizendo que depois desta área B2B vai também apostar no consumo.

No radar da empresa está também a entrada na área dos pequenos domésticos, que já são comercializados noutros países da Europa, como a área de aspiradores, máquinas de café, de cerveja e torradeiras, aproveitando a experiência da Gorenje, a fabricante eslovena que foi  comprada pelo Grupo Hisense em 2018. Mas para já Pedro Santos diz que ainda não há data para esta nova categoria começar a ser vendida em Portugal