A inteligência artificial generativa, a cloud e o metaverso estão a abrir caminho a um novo futuro para os negócios, à medida que mundo físico e mundo digital convergem, antecipando um futuro onde terá vantagem quem souber agir sobre quatro grandes tendências.
A convicção é da Accenture e está espelhada no estudo Accenture Technology Vision 2023, When Atoms Meet The Foundations of Our New Reality. A pesquisa dá destaque à IA generativa, à capacidade de trabalhar dados, de criar e tirar partido de uma identidade digital e de potenciar a ligação entre ciência e tecnologia, como drivers para o sucesso num futuro em que digital e mundo físico deixarão de ser duas realidades distintas.
No caso da inteligência artificial generativa, que atraiu todas as atenções com o ChatGPT, mostrando o potencial de uma tecnologia que pode mudar o futuro, sublinha-se a importância de investir já hoje para colher frutos amanhã e destaca-se a clara perceção que as empresas já têm disso.
“Embora a generative AI tenha um impacto de longo alcance, os líderes devem apostar agora numa transformação profunda, uma vez que exigirá investimentos significativos em dados, pessoas, e modelos personalizados para satisfazer as necessidades específicas de cada organização”, defende Rui Barros, Managing Director da Accenture Portugal e responsável pela área de Tecnologia da consultora.
A Accenture antecipa que, até 40% de todas as horas de trabalho, venham a ser suportadas por linguagens baseadas em AI. No inquérito de apoio ao estudo junto de líderes empresariais, apurou que a esmagadora maioria (98%) já concorda que os modelos de IA vão desempenhar um papel importante nas estratégias da sua organização durante os próximos três a cinco anos. Além disso, 98% dos gestores concordam que a IA generativa vai desencadear uma criatividade de inovação significativa e 95% admitem que iniciará uma nova era de inteligência empresarial.
O estudo identifica outras tendências fundamentais para desbloquear esta nova realidade partilhada. A saber, a identidade digital, enquanto capacidade de autenticar utilizadores e bens digitais e ligar mundo digital e físico, agora vista por 85% dos executivos como um imperativo comercial estratégico, e já não apenas como uma questão técnica.
“O conceito de uma identidade digital fiável e móvel desafia muitas ideias convencionais. Os inovadores sabem que o verdadeiro objetivo da identidade digital não é corrigir os erros do passado, mas preparar a organização para os novos modelos de partilha e de gestão de dados”, refere a Accenture.
“Os inovadores começam a entender que o caminho a seguir é identificar tudo e todos, um conceito conhecido como identidade digital forte". A consultora admite que este caminho está a abrir outros desafios, nomeadamente sobre o papel das entidades que gerem estes dados e as obrigações que devem ter, e sublinha que “a tecnologia é apenas metade da solução. Os líderes devem questionar como obter e manter o acesso aos dados que as pessoas possuem”, como elementos críticos, não só para manter uma vantagem competitiva, mas também a confiança dos utilizadores.
A capacidade de quebrar silos de informação e modernizar bases de dados para tirar o melhor partido de tecnologias como a IA e da informação recolhida nas plataformas, que nos últimos anos passaram a permitir a partilha de opiniões de qualquer interlocutor online, é outra tendência apontada. A pesquisa apurou que 90% dos executivos reconhecem que os dados se estão a tornar um diferenciador competitivo entre organizações e indústrias. A Accenture alerta que para tirar partido deste ativo é preciso criar mecanismos internos para transformar mais dados em maior transparência.
“Esta nova forma de lidar com os dados é essencial para as organizações que pretendam aumentar a eficiência das suas operações, transformar a relação com os seus clientes ou resolver alguns dos problemas mais complexos relacionados com a informação”, sublinha o estudo.
No caminho para a nova realidade que a Accenture, antecipa outra tendência determinante é a interação entre ciência e tecnologia, que sempre foi fundamental para a inovação, mas que tem ganho uma dinâmica nunca vista e que, que atingiu, como lhe chama a consultora, um estágio de “big bang”.
“À medida que mais organizações investem nas tecnologias necessárias para acelerar a ciência, poderão usar esses desenvolvimentos científicos para criar soluções com mais rapidez e eficácia do que nunca”, refere-se.
“Ainda assim, abraçar a revolução science-tech é mais desafiante do que parece. Diversos modelos tecnológicos mais recentes já aceleraram o ciclo de feedback science-tech, e as mudanças que isso trará ao nosso cenário de inovação já estão a chegar”, alerta a Accenture.
O estudo reuniu contributos de um conselho consultivo externo de mais de duas dúzias de profissionais dos setores público e privado, académico, capital de risco e empresas empreendedoras. Integra ainda os resultados de um inquérito global a 4.777 executivos e diretores de nível C em 34 países e 25 indústrias, realizado entre dezembro do ano passado e janeiro de 2023.
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