Evan Spiegel, CEO da Snap Inc., quebrou finalmente o silêncio relativamente à onda de cópias de que a sua aplicação tem sido alvo por parte do Facebook.
Questionado sobre se tem, ou não, medo do Facebook, o empresário norte-americano riu-se e admitiu que aprendeu a desfrutar do facto de se ter tornado fonte de cobiça por parte de outras redes sociais. "Se queres ter uma empresa criativa, tens de aprender a ficar confortável com esse tipo de coisa e, basicamente, desfrutar do facto das pessoas copiarem os teus produtos se os fizeres bem", respondeu. "Já vimos isto acontecer muitas vezes em tecnologia. Quando a Google apareceu, toda a gente sentiu que precisava de montar uma estratégia em torno da pesquisa. Quando o Facebook surgiu, toda a gente sentiu que precisava de uma estratégia social. E agora, com a Snap, com a nossa empresa, nós acreditamos que toda a gente vai desenvolver uma estratégia em torno das câmaras porque eu acredito que nós mostrámos o quão valiosas são. E elas são mesmo o centro de tudo o que fazemos. No final das contas, só porque a Yahoo tem um motor de busca, por exemplo, não significa que seja a Google".
Os últimos resultados publicados pela empresa mostram, no entanto, que esta apropriação por parte do Facebook e do Instagram pode estar a prejudicar substancialmente o Snapchat. No primeiro trimestre do ano a app captou menos utilizadores do que se esperava e as ações seguiam no vermelho, a afundar cerca de 21% no passado dia 10 de maio.
Entre janeiro, fevereiro e março, a app conquistou oito milhões de novos utilizadores e alcançou um total de 166 milhões, mas, face ao período homólogo, o número representa uma quebra de 36% no crescimento.
As receitas da empresa também não alcançaram a quantia prevista, ficando-se pelos 149,6 milhões de dólares. De acordo com os analistas, era esperado que chegassem aos 158,6 milhões.
O resultado líquido foi, também por isso, negativo. Ao todo a empresa registou 2,21 mil milhões de dólares de prejuízo neste trimestre. Nos primeiros três meses de 2016, os prejuízos chegavam "apenas" aos 104,5 milhões.
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