À medida que o TikTok está em risco de ser colocado na lista negra do Governo norte-americano, a ByteDance prepara-se para contestar a ordem executiva de Donald Trump. A dona da popular aplicação alega que a proibição decretada é inconstitucional e vai apresentar um processo contra o Executivo até o próximo dia 11 de agosto.
De acordo uma fonte envolvida no processo a que a NPR teve acesso, a empresa argumenta que a decisão tomada pelo Governo norte-americano foi emitida sem dar à empresa visada qualquer hipótese de resposta.
A ByteDance alega ainda que a justificação de que a aplicação é uma ameaça para a segurança dos Estados Unidos é infundada. “[A ordem executiva] é baseada em pura especulação e conjetura”, afirmou a fonte acrescentando que a decisão se baseia numa “retórica acerca da China” que tem vindo a ser propagada.
Em resposta, a Casa Branca recusou-se a comentar o processo, mas defendeu a ordem executiva de Donald Trump. À publicação, Judd Deere, porta-voz do Governo norte-americano afirmou que a “Administração está empenhada em proteger os cidadãos norte-americanos de todas as ciberameaças”, estejam elas relacionadas com infraestruturas críticas, saúde pública, economia ou segurança nacional.
Twitter junta-se à corrida, mas conseguirá superar a oferta da Microsoft?
Embora a Microsoft se encontre agora numa autêntica maratona negocial para tentar fechar a compra das operações americanas do TikTok com um prazo limite de 15 de setembro, surge um novo concorrente na corrida à compra da aplicação.
Segundo o Wall Street Journal, o Twitter e a ByteDance tiveram discussões preliminares com vista a uma eventual "combinação" entre as duas plataformas. Para já, não é possível determinar se o negócio contempla a aquisição da aplicação e ambas as empresas recusaram-se a comentar a possibilidade.
Além disso, não há garantia de que a empresa liderada por Jack Dorsey consiga superar a oferta da Microsoft e completar o negócio no prazo estipulado pelo Governo norte-americano, avança a Reuters.
“O Twitter terá dificuldade em reunir financiamento suficiente para adquirir até mesmo as operações americanas do TikTok. Não tem capacidade de empréstimo suficiente”, explicou Erik Gordon, professor da Universidade de Michigan, à agência noticiosa.
Recorde-se que, caso a Microsoft vença a corrida, o negócio pode custar-lhe entre 10 a 30 mil milhões de dólares. Se o negócio foi concluído com sucesso, a gigante tecnológica compromete-se ainda a transferir todo o código da TikTok da China para os Estados Unidos em um ano, após a aquisição.
“A Microsoft está comprometida em adquirir a TikTok, sujeitando-se a uma completa análise de segurança, providenciando benefícios económicos aos Estados Unidos e ao Tesouro Nacional”, avançou o CEO Satya Nadella. A empresa deixou a porta aberta a outros investidores americanos a participar na compra, com uma fatia minoritária.
Os mais recentes desenvolvimentos da “saga” entre os Estados Unidos e o TikTok surgem após o Executivo de Donald Trump ter decidido apontar baterias à WeChat com intenções de a banir dentro de um prazo de 45 dias.
Na ordem executiva publicada a 6 de agosto é referido que, face ao perigo que o WeChat representa, os Estados Unidos estão a tomar medidas adicionais contra as aplicações que possam estar ligadas ao Governo chinês. As mesmas medidas que se aplicam ao TikTok são assim aplicadas ao WeChat, cortando as relações entre as empresas americanas ligadas às tecnologias de informação e cadeias de fornecimento.
A decisão surge logo após Mike Pompeo, secretário de estado dos Estados Unidos, ter revelado o programa Clean Network. O plano surgiu como parte da campanha do Executivo contra a Huawei, mas o anúncio amplia agora a estratégia e vai muito além do desejo de Donald Trump forçar a venda do TikTok a uma empresa americana.
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