O potencial de transformação da tecnologia é um dos temas que atravessam os dois dias do Building the Future, a conferência da Microsoft Portugal que começa hoje e que decorre em formato híbrido, com a participação presencial limitada a quem tem convite mas com registos gratuitos e abertos para quem quiser acompanhar as sessões online.
No Pavilhão Carlos Lopes a abertura contou com Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, mas também com Andres Ortolá, diretor geral da Microsoft Portugal, e a atleta olímpica Patrícia Mamona, com a ideia comum da importância da tecnologia e da capacidade de superação para ultrapassar os desafios que o mundo enfrenta, mas também os que sentimos no dia a dia.
Novamente no palco do Building the Future, depois de uma participação em 2021 numa sessão só online, sem público a assistir presencialmente, Carlos Moedas afirmou que está todos os anos porque realmente acredita, e confessou ser um “tecno optimista”. “Sou um engenheiro que acredita na tecnologia, realmente acredito que a tecnologia é que nos pode transformar a vida e trazer mais emprego e mais riqueza para a nossa sociedade”, defendeu na sua intervenção.
“No passado fui tratado muitas vezes como alguém que quer coisas para a cidade que são impossíveis”, explicou. A criação da fábrica de unicórnios foi um dos exemplos apontados pelo presidente da Câmara de Lisboa, que já cumpriu esse objetivo e soma mais de 30 candidaturas, que adiantou que tem trabalhado para fixar mais empresas na cidade, apostando na inovação.
Mostrando o seu caminho e postura na política, que acredita ser diferenciador, o presidente da Câmara diz que “a tecnologia foi sempre aquilo que, como político, me permitiu não ter medo”. Para Carlos Moedas a visão da tecnologia ajuda a perceber que há sempre a possibilidade de falhar, mas que com trabalho podemos ultrapassar as limitações.
Também Andres Ortolá focou a sua intervenção na capacidade da tecnologia de ultrapassar dificuldades. O diretor geral da Microsoft Portugal lembrou que a nossa vida tem sido influenciada pelo progresso da engenharia e da tecnologia, que nos últimos anos transformou a sociedade, mas que chegámos a patamares onde não é possível continuar a suportar algumas das mudanças, como o consumo de energia.
“Precisamos de uma nova revolução industrial e acreditamos que a resposta é o software”, defendeu Andres Ortolá, justificando a necessidade de um novo recurso que permita menores consumos de energia e aumentar a produção, avisando que a tecnologia é esse recurso. “Temos de inovar no nosso caminho para fora desta confusão e a tecnologia vai ser a resposta”.
Empreender, promover e incluir são algumas das áreas de aposta, onde as plataformas de linguagem, a inteligência artificial, o metaverso, o low code/no code são motores de desenvolvimento, foram também tópicos abordados na intervenção, que não deixou de lado a necessidade de capacitação nestas áreas e o lançamento de cursos de acesso gratuito por parte da Microsoft Portugal.
Entre os exemplos de tecnologias desenvolvidas em Portugal o diretor geral da tecnológica apontou a criação de uma aplicação na área da saúde por um enfermeiro e o uso de soluções avançadas pela Marinha Portuguesa para monitorizar o fundo do oceano, detetar pesca ilegal e proteger a biodiversidade, um exemplo de uso de “informação planetária”.
Andres Ortolá referiu também alguns números do investimento em Portugal, dos quais diz que tem muito orgulho, nomeadamente a criação de mais de 28.000 empregos no ecossistema e o apoio a startups, com mais de 250 empresas apoiadas pelo programa Microsoft for Startups e mais de 750 mil euros de investimento.
O crescimento económico, com a geração de mais de 4,9 mil milhões de euros de impacto económico da Microsoft e do ecossistema na área da tecnologia. “Para referência corresponde a 2,4% do PIB e o nosso objetivo é tornar este valor ainda maior”, defende o executivo. Estes são dados que integram um estudo comissionado pela Microsoft à EY Parthenon e que será divulgado na totalidade em fevereiro.
As inscrições para acompanhar a conferência online continuam abertas e podem ser feitas de forma gratuita no site do Building the Future. O SAPO TEK vai continuar a acompanhar a conferência e pode ver aqui as principais novidades que passam pelo palco do BTF 2023
Nota da Redação: foi feita uma precisão no parágrafo onde se refere o número de empregos diretos criados. Última atualização 16h06
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