Na plataforma, a chegada de utilizadores estrangeiros foi saudada com a referência "refugiados do TikTok". O portal de notícias local Sina cita alguns utilizadores norte-americanos que se dizem indignados com o iminente encerramento do TikTok, referindo que escolheram o Xiaohongshu precisamente por terem ouvido dizer que é semelhante àquela plataforma de partilha de vídeos curtos.

Depois de a rede social chinesa ter chegado ao topo da tabela da Apple, a influenciadora Jen Hamilton, com quase quatro milhões de seguidores, carregou um vídeo no TikTok em que se apresenta em chinês e outro em que afirma, a rir: "É impossível subestimar o quão pouco me importa que os chineses tenham os meus dados. (...) Não me importo".

Recorde-se que, em abril do ano passado, foi assinada por Joe Biden uma ordem presencial para banir o TikTok dos Estados Unidos, a não ser que a plataforma passasse a operar fora do grupo chinês que a detém ByteDance. A data imposta é 19 de janeiro de 2025 e a empresa está numa corrida contra o tempo para conseguir bloquear esta ordem, esperando maior condescendência do próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que toma posse a 20 de janeiro.

Donald Trump foi o primeiro chefe da Casa Branca a defender - e a tentar - banir a ByteDance dos Estados Unidos, forçando a venda do TikTok. Falhou na missão e mudou de ideias entretanto. Há meses defendeu que excluir o TikTok dos Estados Unidos é dar mais poder a redes sociais como o Facebook. E já confessou mesmo que  tem um “fraquinho” pelo TikTok, sobretudo depois de ver o impacto da rede social na sua campanha eleitoral.

Ontem a agência Bloomberg avançou com a notícia de que as autoridades chinesas estão a avaliar como "possível opção" a aquisição das operações do TikTok nos EUA pelo magnata norte-americano Elon Musk, dono da rede social X, e que fará parte da administração de Donald Trump.

A ByteDance, dona do TikTok, já classificou a notícia como "pura ficção". "Não se pode esperar que façamos comentários sobre algo que é pura ficção", reagiu a empresa, num comentário citado pela agência de notícias Efe.

Possível bloqueio do TikTok "empurra" outras redes sociais para o top

Vale a pena notar que o atual número dois na tabela de descarregamentos dos iPhone é o Lemon8, o concorrente do Xiaohongshu desenvolvido pela empresa-mãe do TikTok, a empresa tecnológica chinesa ByteDance.

O Xiaohongshu ("pequeno livro vermelho" em mandarim, conhecido como RedNote em inglês) estreou-se em 2013 como uma aplicação de avaliação de compras e evoluiu para uma mistura de Instagram e Pinterest, centrando-se em funcionalidades como apresentações de fotografias, recomendações dos utilizadores e comércio eletrónico.

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Depois de ganhar força entre os jovens chineses durante a pandemia, a rede social tem agora 300 milhões de utilizadores ativos mensais, 79% dos quais são mulheres.

No entanto, o portal de notícias TechCrunch afirmou que a plataforma está centrada nos utilizadores chineses e não tem planos para estabelecer operações nos Estados Unidos, apesar da sua súbita explosão de popularidade naquele país.