A X, ex-Twitter, foi condenada ao pagamento de uma multa de 610,5 mil dólares australianos (366,7 mil euros) por falta de cooperação com o regulador local, nos esforços de prevenção ao abuso de menores na internet. A lei australiana prevê que o regulador possa exigir às empresas informação detalhada sobre as suas práticas nesta área. As empresas que não fornecerem dados claros e objetivos sobre as respetivas práticas e se mostrarem incapazes de prevenir a disseminação deste tipo de conteúdos ficam sujeitas a multas. Se as multas não forem pagas, a lei prevê que o caso siga para tribunal.

No caso da X, boa parte das questões endereçadas pelo regulador não chegaram sequer a ter resposta, reforçando as dúvidas sobre a capacidade da rede social para contribuir de forma positiva para a diminuição destes conteúdos na sua plataforma.

Segundo a eSafety Commission, a X não deu qualquer resposta a algumas perguntas, deixando algumas secções [do questionário] completamente em branco. "O Twitter/X não respondeu a uma série de perguntas-chave, incluindo o tempo que a plataforma leva para responder a denúncias sobre abuso sexual de crianças; as medidas que tem em vigor para detetar a exploração sexual de crianças em transmissões ao vivo; e as ferramentas e tecnologias que utiliza para detetar material relacionado com a exploração sexual de crianças", cita a BBC.

Em novembro, Elon Musk tinha sublinhado numa publicação na rede social que a remoção de conteúdos infantis abusivos era a principal prioridade da rede social, uma tarefa que terá ficado mais difícil de concretizar depois da onda de despedimentos que se seguiu à compra da plataforma pelo multimilionário.

Ainda segundo a BBC, a X já terá confirmado ao regulador que na sequência do corte global de 80% da força de trabalho deixou de ter pessoas alocadas a políticas públicas na Austrália. Antes da reestruturação tinha duas.

Já no mês passado a empresa tinha sido alvo de críticas no país por ter desativado uma funcionalidade que permitia aos utilizadores reportarem informação falsa ou incorreta sobre as eleições. Este recurso ficou indisponível semanas antes de um importante referendo no país, que decorreu este fim-de-semana e que auscultou os australianos sobre os direitos dos povos indígenas.