No último ano, as visitas a sites que dão acesso aos principais chatbots da internet aumentaram 76%, enquanto os visitantes únicos subiram 58%, mostrando um crescimento contínuo no alcance global. Mas a mudança mais marcante está nos dispositivos móveis, onde os downloads deste tipo de aplicações aumentou 319%, mostrando que os utilizadores estão a ir além da experimentação casual, em direção ao uso habitual e integrado deste tipo de ferramentas.

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As sessões através das aplicações móveis cresceram sete vezes e o ChatGPT entrou no top 5 dos sites globais mais visitados, naquela que é a “escalada mais rápida de qualquer plataforma na história digital moderna”, como destaca o estudo “2025 Generative AI Landscape: From Platforms to Pathways”, da SimilarWeb.

O crescimento de 2024, permitiu ultrapassar a Amazon, e pôs a plataforma ao lado de gigantes como o Google, YouTube e Facebook, sem outros concorrentes da mesma área no Top 10 global.

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“Ao contrário dos sites sociais ou comerciais, o crescimento do ChatGPT não é impulsionado pelo entretenimento ou pelas compras, mas pela intenção do utilizador, que recorre à IA em busca de respostas, criatividade, produtividade e aprendizagem”, destaca a pesquisa.

Aquilo que procuramos na Internet e como lá passamos tempo está a mudar. O Google e o YouTube continuam a ser os pilares do tráfego global da web, mas o crescimento estabilizou. O Facebook mantém uma trajetória de declínio gradual. O Instagram continua dinâmico, graças a um maior envolvimento com público jovem.

“A verdadeira disrupção vem do ChatGPT, que passou de praticamente nenhum tráfego em 2022 para rivalizar com a escala do Instagram no final de 2025”. Enquanto isso, os “históricos” da internet não perderam posição, mas os sinais de que redes sociais e a pesquisa se tornaram tão apelativos como criar conteúdos e conversar são evidentes.

O estudo sublinha, por isso, que a IA não é mais uma ferramenta de nicho, mas um destino mainstream para a descoberta de informações e resolução de problemas diários. “A ascensão do ChatGPT destaca a rapidez com que a IA de última geração redesenhou a hierarquia digital, rivalizando com plataformas estabelecidas há muito tempo em termos de relevância e escala”, refere-se.

Deixar para trás o estatuto de nicho também significa alargar a base de utilizadores. Em 2023, 61% dos utilizadores destas ferramentas tinham idades entre os 18 e os 34 anos. Em 2025 essa percentagem baixou para 53%, à medida que a adoção acelerou entre os grupos etários mais velhos. Os utilizadores com 45 anos ou mais representam agora quase 30%.

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À medida que a utilização dos assistentes de IA aumenta, começa a ser possível perceber melhor que tipo de utilização diferentes grupos lhes dão e a pesquisa da Similarweb também olhou para isso. As pessoas mais velhas tendem a adotar assistentes de IA para produtividade e resolução de problemas. Estudantes e profissionais procuram mais ideias criativas.

Outra evolução importante tem sido a da integração destas tecnologias noutras aplicações, como o PayPal ou o Spotify, e a sua mudança de “ferramentas autónomas para camada incorporada da experiência digital”, que ajuda a encurtar o caminho entre pergunta e resposta, abre espaço à IA em novas frentes e faz evoluir o estado de curiosidade para uma esfera de utilidade.

O estudo confirma ainda que a ascensão meteórica das plataformas de inteligência artificial generativa não substituiu a pesquisa tradicional, mas reformulou-a. Noventa e cinco por cento dos visitantes do ChatGPT continuam a usar o Google, o que significa que os dois tipos de plataformas são usados alternadamente. Cerca de 441 milhões de utilizadores partilhados no último trimestre, foi quanto as duas plataformas tiveram.

Mas a relação de forças mudou. “A IA generativa agora está ao lado da pesquisa, não abaixo dela: uma porta de entrada alternativa para a Internet, onde as respostas são sintetizadas, contextuais e cada vez mais citadas”. E a integração do Modo IA do Google tem acelerado ainda mais essa convergência.

Os dados também mostram uma enorme diferença no direcionamento para conteúdos externos, na pesquisa tradicional e com o Modo IA. Na pesquisa tradicional as referências externas têm taxas entre 17 e 19%, no Modo IA 2%

“Enquanto o Google continua otimizado para direcionar os utilizadores para conteúdos externos, o Modo IA foi concebido para sintetizar e resumir informações diretamente na interface, reduzindo a necessidade de clicar para sair”, refere-se.

No entanto, o estudo também identifica sinais de que estas dinâmicas tendem a evoluir. À medida que os utilizadores se familiarizam com o Modo IA, o envolvimento externo pode aumentar, até porque os sistemas tendem a integrar mais dados e citações em tempo real.

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