A Polícia Judicial procedeu hoje à detenção de cinco suspeitos pela prática de vários crimes de extorsão online. A investigação já durava há um ano, tendo como base a prática daquilo que é conhecido como Sextortion, em que a vítima é abordada nas redes sociais pelos suspeitos, no intuito de desenvolverem uma relação íntima e convidadas a partilharem conteúdos íntimos, sejam imagens ou vídeos, através de videochamadas.
Carla Costa, unidade de cibercriminalidade contra as pessoas, realizou uma conferência de imprensa para esclarecimentos adicionais. Referiu que foi apreendido material, como dinheiro, cartões bancários em nome de terceiros, de contas para depósitos adquiridos durante a extorsão para branqueamento de capitais. Este crime não é novo, já é conhecido pelas autoridades e tem diversas nuances. As redes sociais são utilizadas para serem abordadas, através de pedido de amizade, desenrolando-se o romance, valorização de aspeto físico, pedindo contacto para outras redes sociais como o WhatsApp.
Veja na galeria imagens dos exemplos de crime de Sextortion fornecidos pela PJ:
O criminoso pede para trocar conteúdos de cariz social, enviando para a vítima fotos, estabelecendo confiança com a vítima. Conquista-a e acaba por receber fotos da vítima. A partir daí acaba-se o romance e começa a chantagem, com a realização de chamadas para extorsão sob a ameaça de partilha dos conteúdos nas redes sociais. Diz que procura contactos de família e trabalho para ajudar na chantagem, causando um impacto negativo nas vítimas.
Os crimes já eram conhecidos, anteriormente eram feitas por email e diziam que através da câmara tinham acesso a informação de que a vítima tinha acedido a sites pornográficos. Antes o pagamento era solicitado por bitcoins e muitas vítimas não sabiam como proceder e eram assim considerados crimes de forma tentada.
Este novo formato não demora muito tempo e a partir do momento que o criminoso obtém as fotos é contactado por outro elemento através de chamadas com indicativos do Brasil ou Angola. Diz que se faz passar por procurador do país a dizer que a vítima é um pedófilo, porque trocou imagens com menores. O dinheiro pedido é referido como pagamento dos cuidados hospitalares psicológicos da vitima. Outro exemplo de pedido de dinheiro são coimas pelo crime, por não saber que eram menores, fazendo pagamentos para as contas nacionais e ficam lesados com este esquema.
Também estão a ser feitos contactos com números nacionais, com o mesmo tipo de chantagem, a dizer que vão ser levadas a tribunal pelos crimes de pedofilia.
Não há informações sobre o número de vítimas, além de muitas que não apresentam queixas. A PJ recebeu cerca de 300 queixas sobre este tipo de crime. Houve duas denúncias iniciais, depois da investigação chegaram aos cinco indivíduos que tinham relação entre eles. A PJ tem duas vítimas bem identificadas e com pagamentos efetuados para as contas dos criminosos. Mas muitos casos não passam de ameaças.
As vítimas foram lesadas em valores que vão dos 200 euros a milhares de euros. Há vítimas lesadas em mais de 50 mil euros. O perfil preferido das vítimas da faixa etária de 50 anos, de classe alta, por norma.
O pagamento não resolve a situação diz a PJ, dá a mensagem aos criminosos que a vítima é permeável a pagar e continuam a ser chantageados para receber mais dinheiro. A PJ alerta às potenciais vítimas para não pagarem, mas sim contactarem as autoridades, pois como dado o exemplo é possível chegar aos criminosos.
Ao SAPO TEK foi confirmado que os suspeitos (três homens e duas mulheres) são cidadãos estrangeiros, mas sem confirmação dos países de origem.
Nota de redação: Adicionadas imagens de exemplos da prática de Sextortion fornecidas pela PJ.
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