Esta quarta-feira a Meta removeu cerca de 63 mil contas na Nigéria, utilizadas para tentar interagir com as vítimas, sobretudo homens adultos dos Estados Unidos, num esquema de extorsão sexual. As contas são geridas por um grupo de burlões online conhecidos como “Yahoo boys”, avança a Reuters, que se fazem passar por pessoas com necessidades financeiras ou príncipes da Nigéria que aliciam as vítimas com grandes negócios e investimentos.

Além das contas do Instagram, a Meta também removeu 7.200 do Facebook, onde estavam armazenadas páginas e grupos dedicados a fornecer dicas para enganar as pessoas. A empresa de Mark Zuckerberg encerrou também uma rede coordenada composta por 2.500 contas ligada a um grupo de 20 pessoas.

A agência noticiosa dá conta que apesar das burlas, na sua maioria, não terem sucesso e serem apontados a adultos, a Meta também detetou tentativas contra menores, alertando dessa forma as autoridades, nomeadamente o Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas dos Estados Unidos. A Meta diz que não é a primeira vez que cancela este tipo de redes, mas que o assunto deve ser mostrado para chamar a atenção de potenciais vítimas.

As redes sociais e as grandes tecnológicas têm sido escrutinadas pelos mecanismos utilizados na proteção de menores. Recentemente estudos indicaram que bastam 20 minutos para o próprio Instagram recomendar conteúdos impróprios a menores de idade. Na Europa, Bruxelas acusou oficialmente o Facebook e o Instagram por violar regras da DSA de proteção de menores. Nem mesmo a Apple está livre de acusações de fazer “vista grossa” a conteúdos sexuais de menores que são colocados no serviço iCloud.

No caso das burlas da Nigéria, é referido que os esquemas online estão em tendência de crescimento, com origem em qualquer local, seja a partir de dormitórios de universidades, subúrbios das favelas ou bairros mais ricos. O negócio estende-se com a venda de guiões de abordagem às vítimas ou de dicas para conduzir os esquemas. E até há um banco de imagens para utilizarem para preencher as contas falsas.