A pandemia de COVID-19 mudou a forma como crianças e adolescentes aprendem e as aulas online passaram a ser uma realidade para milhares de estudantes durante o confinamento. É verdade que o mundo online traz um conjunto de novas oportunidades, mas os riscos estão sempre “à espreita”.

Um recém-apresentado relatório do Centro de Investigação Comum (JRC na sigla em inglês) da Comissão Europeia, baseado nas experiências vividas durante o primeiro confinamento em 2020 e do qual fazem parte resultados anteriormente revelados sobre Portugal, sublinha que as crianças e adolescentes a estudar à distância se depararam mais frequentemente com situações de risco online.

Mais de metade dos pais inquiridos afirmam que começaram a preocupar-se mais acerca dos perigos do uso excessivo da Internet durante o primeiro período de confinamento. Ao todo, as crianças questionadas passaram uma média de 6 horas e meia online, com mais de metade a serem dedicadas exclusivamente a atividades escolares.

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Os dados dão a conhecer que 48% crianças e adolescentes sentiram que passaram demasiado tempo online. Um quarto dos inquiridos admitem os hábitos chegaram mesmo a ter um impacto no seu dia-a-dia, levando-as a “saltar” refeições e a dormir mais.

Durante o período em análise, 21% dos estudantes foram vítimas de cyberbullying. Os jovens em questão notaram um aumento na receção de mensagens ofensivas ou ameaçadoras face ao período pré-COVID. Por outro lado, 13% admitem que desempenharam o papel de “cyberbullies” com mais frequência.

Já 28% dos estudantes indicam que se deram conta de um aumento do número de mensagens de ódio a circular na Internet relativas a pessoas de diferentes raças, religiões, nacionalidades ou sexualidades durante o primeiro confinamento. Além disso, 29% dos jovens passaram por experiências negativas onde os seus dados pessoais foram usados de forma prejudicial.

A exposição à desinformação online também aumentou. Mais de um terço das crianças e adolescentes afirmaram ter encontrado mais informações falsas do que no período anterior à pandemia.

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Apesar dos aspetos negativos, o relatório destaca que os mais novos também viveram experiências digitais positivas durante o confinamento, em grande parte, devido à mediação proativa dos pais. Abordagens à base do diálogo, onde os pais ajudam os jovens a perceber os riscos online através de explicações e do uso da Internet em conjunto estão a tornar-se cada vez mais populares.

Embora estejam a perder terreno, abordagens de mediação que envolvem o uso de ferramentas que monitorizam o acesso online ou bloqueiam certos websites ou determinados tipos de conteúdo ainda são utilizadas por alguns pais. O relatório indica que 29% passaram a adotá-las mais vezes durante a pandemia.

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