Embora o crescimento de 78,5% nos utilizadores de internet via satélite pareça um número elevado, este não representa mais do que 0,3% do total de acessos em local fixo, olhando para todo o espetro de utilização de internet em Portugal. Mas é uma realidade em crescimento, que segundo números da Anacom, foram registados 1.200 utilizadores no final de 2020, um crescimento de 32,4% face a 2019. O crescimento começou no quarto trimestre de 2018 até o terceiro trimestre de 2020, sobretudo no acesso à internet em zonas remotas, de baixa densidade populacional ou com orografia mais complexa, diz o regulador no seu relatório.
Curiosamente, foi no segundo trimestre de 2020, após a declaração da pandemia, que se registou o maior aumento em termos absolutos até agora, com o pico de 1.200 utilizadores. O interesse pelas soluções via satélite tem crescido, muito derivado à Starlink de Elon Musk, cuja constelação de satélites tem vindo a crescer. E o atrativo do serviço também se prende com a promessa de acesso à rede em deslocação, ou seja, mesmo em viagens de avião ou barco. E em Portugal já está a realizar os primeiros testes, juntando-se a mais seis prestadores que disponibilizam serviços há quase uma década.
Quanto a preços, as mensalidades dos serviços variam entre os 12,90 euros até ao máximo de 119,99 euros, considerando tanto as velocidades contratadas, como as respetivas limitações de tráfego associadas. E ainda existem ofertas residenciais e não residenciais, ou seja, no sector empresarial.
Os serviços disponíveis apresentam algumas despesas que devem ser consideradas quando se escolhe. Para o caso das ofertas residenciais, algumas operadoras cobram 150 euros pela instalação, mas outras, como a Starlink, o kit que contém um terminal e um router permite a sua auto-instalação, e muitos utilizadores salientam a facilidade de o instalar. A Anacom salienta ainda custos de ativação dos serviços entre os 19,9 euros e 49 euros, que podem sofrer alterações mediante os períodos de fidelização contratados. E ainda o eventual custo de aluguer do equipamento, entre 4,9 euros a 9,99 euros mensais ou a aquisição do respetivo equipamento. Já as ofertas de velocidade oscilam entre o download de até 100 Mbps, mas o upload tem diferenciação entre 1 a 6 Mbps nas ofertas residenciais e entre 3 a 10 Mbps no caso de não residenciais.
A Anacom revelou ainda que a empresa de Elon Musk criou a 18 de março uma subsidiária em Portugal chamada Space Exploration Technologies Portugal, com uma capacidade de fornecer o acesso à internet a 50 mil utilizadores no país. Até ao final de 2021 prevê chegar aos 16 mil utilizadores. No caso particular da Starlink, os preços não são divulgados pela Anacom, nesta fase de testes. Mas pode visitar o website oficial e verificar se a sua rua é abrangida no programa. Na simulação que o SAPO TEK fez, o equipamento tinha um custo de 499 euros, acrescido de 61 euros para o transporte e uma subscrição mensal de 99 euros.
Numa altura em que ainda se estão a negociar os espectros do 5G num leilão que já vai para três meses, um dos objetivos é levar rede a locais mais remotos e populações mais desfavorecidas de Portugal. O acesso através de satélite poderá ser a única solução para muitos utilizadores. Trata-se de um serviço bidirecional de alta velocidade, sendo igualmente utilizada em sectores como a aviação e transporte marítimo que operam com estações de radiocomunicações a bordo de aeronaves e navios, fora do alcance das redes terrestres. E daí os planos de Elon Musk para esses setores.
De considerar que um dos problemas relativos à utilização de internet via satélite diz respeito à latência das ligações, que pode mesmo chegar ao meio segundo (500 ms) no caso dos satélites geoestacionários. No caso dos satélites de órbita baixa, a sua latência pode ser de 50 ms, o que ainda assim pode ser elevado, caso esteja a pensar jogar online com amigos, por exemplo, em que é necessário enviar e receber constantemente os dados.
A Anacom refere que a construção de novos sistemas de satélites de órbita baixa vai minimizar consideravelmente o problema da latência, e aproximar a troca de dados ao tempo real. Exemplo disso é o crescimento da constelação Starlink, com 773 satélites enviados em 2020, assim como os 104 da OneWeb, os 12 primeiros da SWARM (de 150 planeados), os 14 cubesats da SPIRE e outros operadores, somando um total de 1085 pequenos satélites para os serviços de internet.
Olhando para o quadro das principais ofertas listadas pelas Anacom, o serviço da SkyDSL é o mais acessível, tendo uma mensalidade de 12,90 euros, embora com a limitação de 18 Mbps de download e apenas 1 Mbps de upload. O serviço tem um custo inicial de 69,90 euros para o equipamento, seguindo-se um aluguer de 4,90 euros por mês. Ou pode pagar “apenas” 19,90 euros de entrada e o mesmo valor nos 24 meses seguintes.
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