Com 3,5 milhões de seguidores, Joel Barreira tem uma das contas de TikTok mais populares em Portugal. Foi no nicho dos “trick shots” onde encontrou sucesso, com muitos truques com lançamento de cartas e bolas de ping pong à mistura, e, ao SAPO TEK, o criador de conteúdo conta como conseguiu tornar algo que parecia improvável numa realidade.
Durante a pandemia de COVID-19 muitos viraram-se para as redes sociais, não só como forma de se manterem ligados a quem estava mais longe, mas também para se entreterem durante o período de maior confinamento e o caso de Joel não foi uma exceção.
No início, só usava o TikTok para ver vídeos, mas, à medida que foi navegando pela rede social, a ideia de criar conteúdo ganhou força. “Comecei a ter a ideia de que seria engraçado ganhar seguidores…toda a gente gosta de ter alguma popularidade”, afirma.
A primeira experiência de criação de vídeos no TikTok passou muito por seguir as tendências, ainda sem um rumo definido e sem grande impacto no número de seguidores, como o próprio admite.
A ideia virar o rumo do projeto na direção dos “trick shots” surgiu quase por acaso. Depois de um amigo o ter incentivado a explorar a área dos desafios, Joel deparou-se com um vídeo do género na rede social que lhe fez ganhar uma nova perspetiva.
“Pesquisei e, pelo facto de ser uma coisa nova em Portugal, pensei «porque não?» e lancei-me. A primeira vez que fiz um vídeo de «trick shots» a conta foi do 8 para o 800”, realça Joel Barreira.
O plano estava traçado e a popularidade começou a chegar, numa primeira fase, a um público maioritariamente brasileiro e português, algo que o criador atribui à forma como o algoritmo do TikTok funcionava na altura.
“O meu pico de popularidade foi em maio de 2021”, indica. O marco foi atingido com um vídeo que, à vista desarmada, nem parecia que teria um grande impacto, mas que alcançou países como Indonésia, Filipinas, Colômbia. “Nesse mês ganhei um milhão de seguidores de países completamente diferentes”.
Persistência, muita paciência e alguma técnica
Para Joel, o processo por trás dos truques que faz já é algo “completamente natural” e, na vasta maioria dos casos, as ideias vão se adaptando consoante a inspiração que ganha no espaço onde grava os vídeos.
“Na maior parte dos truques consigo ter uma ideia de quanto tempo é que [os truques] vão demorar. Às vezes erro, mas na maior parte, acerto. Cheguei a um ponto em que consigo estar num sítio, olhar para vários objetos e pensar que consigo juntar isto com aquilo e que vai ficar uma coisa engraçada ou criativa”, explica o criador de conteúdo.
De lançar uma carta e fazer com que acerte diretamente entre os “dentes” de uma mola para a roupa a fazer com que uma bola de ping pong viaje por entre plataformas de madeira até chegar finalmente a uma garrafa: a persistência é um ingrediente-chave, assim como muita paciência e alguma técnica. Uma coisa é certa: Joel orgulha-se de todos os seus truques e afirma que têm sempre “uma mensagem por trás”.
“A partir do momento em que agarro num objeto sei que o meu objetivo é colocá-lo [num determinado local]. Se eu próprio o consigo colocá-lo ali, ao fim de um milhão de tentativas, seja a que distância for ele vai ter que ir parar lá. (...) Não sinto pressão porque sei que vai acontecer”, enfatiza.
Ao longo do tempo, os seus truques também passaram por uma evolução. “No início eu tentava focar-me muito em recriar aquilo que outros faziam, usando [o trabalho] deles como inspiração”, conta o criador de conteúdo.
No entanto, para evitar possíveis complicações, o foco passou a estar em “trick shots” com ideias próprias, embora admita que, de vez em quando, apanha proezas no TikTok de outros criadores que são boas demais para não tentar recriar.
Elevar a fasquia dos "trick shots" no TikTok e mais além
Com a popularidade abrem-se novas oportunidades no mundo online e em agosto do ano passado embarcou na sua primeira experiência de parceria com uma marca, a Five Thousand Miles, empresa fundada pelo empresário português Pedro Hipólito, num projeto chamado 5Fanatic, concebido para apoiar novos talentos que se destacavam pela dedicação, empenho e esforço.
Embora o projeto já tenha acabado este ano, a experiência deu-lhe uma nova perspetiva sobre como é possível extender o seu alcance através da colaboração com marcas. “Gostei da maneira como me abraçaram e como acreditaram que eu tinha potencial, que me encaixava com a empresa e que era um exemplo de persistência”, revela.
A ideia de se dedicar totalmente à criação de conteúdo é algo que Joel consegue ver a ser realizada no futuro, não só no TikTok, mas também em outras redes sociais e plataformas online, como o YouTube.
“Estou a tentar dedicar-me ao YouTube, porque é, e sempre foi, uma plataforma gigantesca. No Instagram era “pequenino” e só um Reels levou-me quase para os 100.000 seguidores, [a rede social] também tem um alcance enorme”, afirma.
Para já, o Shorts vão continuar a ser área onde pretende apostar na plataforma de vídeo da Google, pelo menos, até atingir um milhão de seguidores. “A partir daí começo a fazer vídeos mais longos: mostrar como preparo um truque ou um Behind The Scenes”.
Mesmo assim, Joel não quer ser apenas mais um criador e tentar destacar-se e “fazer algo que eleve a fasquia ao máximo” é uma regra que ambiciona seguir ao longo da sua carreira, dentro e fora das redes sociais.
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