As duas posições conquistadas colocam Portugal em 40º entre os 152 países avaliados pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), com a Suíça, Países Baixos e Dinamarca a ocuparem, respetivamente, o primeiro, segundo e terceiro lugar do pódio.

O índice da UNCTAD classifica 152 nações quando à sua preparação para o comércio eletrónico, um setor avaliado em 4,4 biliões de dólares globalmente, representativo de um crescimento de 7% face ao relatório anterior.

Os países são avaliados no que diz respeito ao acesso a servidores de internet seguros, a fiabilidade dos serviços postais e infraestrutura, bem como a percentagem de população que usa a internet e tem uma conta numa instituição financeira ou fornecedor que preste serviços financeiros.

Depois do pódio, o restante top 10 é formado, nesta ordem, por Singapura, Reino Unido, Alemanha, Finlândia, Irlanda, Noruega e Hong Kong, deixando claro que a Europa “continua a ser a região mais preparada para o comércio eletrónico”, destaca a organização.

Aqueles que são considerados os dois maiores mercados de ecommerce do mundo, a China e os EUA, ocupam o 55º e o 12º lugar do ranking. A UNCTAD explica que embora os dois países liderem o setor em valores absolutos, “ressentem-se” quando são feitas comparações relativas.

A subida de Portugal ao 40º lugar em números

Os dados do Índice de Comércio Eletrónico B2C da UNCTAD mostram que 75% dos portugueses usavam a internet em 2019 e, destes, 51% fazem compras online. Face à população total, são 38,3% os portugueses adeptos do comércio eletrónico.

Embora Portugal tenha passado de 42º para 40º, o valor de indexação no ranking melhorou apenas 0,5 pontos face ao registado no relatório anterior. O melhor resultado entre os aspectos avaliados é relativo ao número de portugueses, de 15 ou mais anos, com conta numa instituição financeira ou fornecedor móvel que preste serviços financeiros (92).

A seguir fica a avaliação da quota de portugueses com acesso à internet (75), seguido do acesso a servidores seguros (72) e por último a fiabilidade dos serviços postais e infraestrutura (67).

Os resultados fazem com que Portugal se situe atrás de pares europeus como Chipre, Eslovénia, Grécia, Itália e Polónia, já para não falar em França ou Espanha.

Perante todos os dados reunidos, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento sublinha que a divisão mundial no ecommerce continua enorme. “Mesmo entre os países do G20, a percentagem de pessoas que compram online oscila entre os 3% na Índia e os 87% no Reino Unido”, aponta Shamika N. Sirimanne, que lidera a divisão da UNCTAD responsável pelo índice anual, em comunicado.

A responsável alerta que, perante a pandemia de COVID-19, é mais urgente garantir que os países que estão mais atrasados sejam capazes de alcançar os outros e reforçar a sua agilidade relativamente ao ecommerce. “Os resultados do índice mostram que os governos devem fazer mais nesta área. Caso isso não aconteça, os negócios e as pessoas irão perder as oportunidades oferecidas pela economia digital e estarão menos preparados para lidar vários desafios", avisa.