A Vodafone confirmou o ataque informático que originou falhas de serviço que já tinham sido identificadas por muitos utilizadores. A operadora de telecomunicações confirmou que foi alvo de um ciberataque. A situação está a ser reposta, mas a recuperação dos serviços tem vindo a acontecer de forma gradual durante o dia. Numa nova nota à imprensa, a Polícia Judiciária diz que iniciou de imediato a investigação criminal, de forma a apurar o autor do cibercrime e os respetivos efeitos colaterais.
A PJ disse que está a trabalhar em “estreita colaboração” com a Vodafone, para recolher “indícios e indicadores de compromisso que permitam avaliar e conhecer a origem, a extensão e motivação do ato criminoso”. Confirma ainda algumas dificuldades da operadora prestar os seu serviços, dando origem a ecos no acesso às telecomunicações tanto no sector público, como privado.
Para já, segundo fonte da PJ, a informação que tem disponível é que as dificuldades estão apenas relacionadas com esta situação da operada e não com outros alvos ou ataques informáticos. “A dimensão global do ciberespaço tem potenciado o aumento deste tipo de ataques que, em regra, assumem uma dimensão internacional”.
Nesse sentido, a Polícia Judiciária diz que contactou de imediato outras polícias internacionais em sede de cooperação, para que seja possível recolher mais e melhor informação.
Na mais recente atualização (18:40), a Vodafone disse que iniciou o restabelecimento dos serviços base de dados móveis sobre a sua rede 4G "na sequência de uma intensa e exigente operação de reposição". Confirma que este arranque está atualmente condicionado a zonas restritas do país, "estando gradualmente a ser expandido para o maior número possível de clientes". O serviço está igualmente sujeito a algumas limitações, nomeadamente no que respeita à velocidade máxima permitida "de forma a garantir uma melhor monitorização da utilização da rede, bem como uma distribuição mais equitativa e sustentável da capacidade disponibilizada aos nossos clientes".
"Trata-se de mais uma etapa que faz parte do complexo percurso que temos vindo a percorrer e cujo esforço tem sido atenuado pelas muitas manifestações de solidariedade e compreensão que nos têm feito chegar".
"A Vodafone foi alvo de uma disrupção na sua rede, iniciada na noite de 7 de fevereiro de 2022 devido a um ciberataque deliberado e malicioso com o objetivo de causar danos e perturbações", adiantou a Vodafone Portugal num comunicado enviado à imprensa esta manhã. A situação está a afetar a prestação de serviços baseados em redes de dados, nomeadamente rede 4G/5G, serviços fixos de voz, televisão, SMS e serviços de atendimento voz/digital. Segundo o comunicado, "assim que foi detetado o primeiro sinal de um problema na rede, a Vodafone agiu de forma imediata para identificar e conter os efeitos e repor os serviços". As falhas do serviço já acontecem desde ontem à noite, pelas 21 horas, e foram reportadas por milhares de clientes.
No decurso da análise das causas da indisponibilidade de serviços "teve origem num ato terrorista, criminoso, dirigido à nossa rede", afirmou Mário Vaz. No total o CEO da Vodafone Portugal admite que no primeiro momento a indisponibilidade de serviços afetou a totalidade dos 4 milhões de clientes da empresa. A Vodafone Portugal ficou sem dados móveis em 3G e 4G, com dificuldade de ligação com outros operadores nacionais e internacionais, serviços de roaming e serviços fixo de voz. "Temos consciência das consequências do ataque", afirmou, pedindo desculpa a todos os clientes.
A falha afetou todos os clientes de serviços Vodafone, particulares e empresariais, entre os quais a SIBS e o INEM. Mário Vaz esclarece que "uma das prioridades foi recuperar os serviços mínimos porque há vários serviços essenciais que estão dependentes da nossa rede", entre os quais refere o INEM, os bombeiros e os carteiros.
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