Nos últimos três meses do ano foram vendidos 45,7 milhões de tablets, número que traduz um ligeiro recuo (0,3%) no volume de equipamentos enviados para as lojas, por comparação com o mesmo período do ano passado.
Os dados apurados pela IDC também revelam que, no total do ano, se registou uma quebra de 3,3% nas vendas destes dispositivos, pondo fim a dois anos consecutivos de crescimento, mas mantendo o nível de envios para as lojas acima daquele que se verificava antes da pandemia.
Por empresas, a Apple continua líder incontestável do mercado de tablets, e até conseguiu crescer em quota de mercado (28,8%), na comparação com o último trimestre de 2021. Este é um incremento que, como sublinha a IDC, reflete os vários lançamentos feitos pela Apple neste segmento, entre outubro e dezembro. Neste período foi lançado o iPad de 10,9 polegadas e duas novas versões do iPad Pro (11” e 12,9”).
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No total do ano, a Apple também cresceu, aumentando o volume de expedições para as lojas em 7% e sendo a única fabricante a conseguir manter-se em terreno positivo. As restantes concorrentes no Top 5 venderam menos em 2022 que em 2021, especialmente a Lenovo, que neste segmento dos tablets viu o volume de vendas encolher 34,6%. A menor queda foi para a Samsung, que no trimestre escapou à tendência e ainda conseguiu aumentar vendas.
"Estamos no meio de uma dinâmica de mercado em mudança. Embora a acessibilidade e a simplicidade de utilização continuem a ser alguns dos principais motores do mercado, e assim deva continuar, os consumidores começam a mostrar interesse em dispositivos com melhores especificações nas suas decisões de compra”, sublinha Anuroopa Nataraj, analista sénior da IDC. Este amadurecimento do mercado vai obrigar a uma resposta dos fabricantes, assim como a entrada no mercado de novos players, como a Xiaomi ou a Oppo que trouxeram soluções orientadas para uma experiência de utilização multidispositivo.
No universo dos Chromebooks a descida das vendas na reta final do ano foi muito superior, prolongando uma tendência que já se registava em trimestres anteriores e que acabou por agravar o balanço final do ano. No trimestre, as vendas de Chromebooks caíram 24,3%, para 3,6 milhões de unidades.
No total do ano, recuaram 48%. Vale a pena sublinhar que os Chromebooks têm uma presença forte sobretudo no sector da educação e com o reforço informático que o sector se viu obrigado a fazer durante o período da pandemia, por causa do ensino à distância, a quebra já era esperada. Em 2012, as vendas de Chromebooks tinham crescido 180,5%.
Neste universo, o fabricante mais relevante foi a HP que tem quase 30% do mercado e nos últimos três meses do ano mais do que duplicou vendas, deixando para segundo plano todos os principais concorrentes - que há um ano vendiam mais que a empresa. As quotas de mercado de Acer, Dell e Samsung caíram de forma significativa nos últimos 12 meses no segmento, só a da Lenovo se manteve estável nos 15%, mas a vender menos 200 mil unidades no Q4 de 2022, face ao vendido entre outubro e dezembro de 2021.
A IDC não avança, para já, estimativas de vendas nestes segmentos em 2023. A concorrente Gartner, por sua vez, já antecipou que as vendas de tablets devem recuar 2,9% este ano. A previsão da consultora dá uma visão geral sobre a performance de vendas para computadores, tablets e telemóveis, estimando uma queda geral de 4%. As vendas de tablets serão as menos afetadas pela retração do consumo, acredita a Gartner.
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