Denis Rodrigues, gerente de marketing da Google da América Latina, esteve presente no BIG Festival para falar nas principais tendências na indústria de gaming. Trata-se de um estudo realizado em parceria com a Newzoo com o objetivo de compreender para onde vai a indústria dos videojogos. Denis Rodrigues trabalha há 7 anos na gigante tecnológica, na divisão de videojogos para equipamentos mobile.
Para o estudo, foram analisados 16 mercados internacionais e entrevistados mais de 16.900 jogadores, numa pesquisa feita em período de pandemia, entre 2020-21. A pandemia fez disparar o consumo, com 3 mil milhões de jogadores a gastaram 180 mil milhões de dólares em jogos em 2021, correspondendo a 52% das receitas em jogos mobile. O relatório diz que 80% dos jogadores são veteranos e impulsionaram este boost. Já 20% dos jogadores eram utilizadores que regressaram, ou seja, que tinham deixado de jogar e agora voltaram durante a pandemia.
Referiu-se os motivos que levaram muitos utilizadores a jogar, tais como lidar melhor com os problemas da pandemia ou simplesmente o desgaste do seu dia-a-dia, com os resultados a mostrarem que vão melhorando as capacidades sociais das pessoas. O estudo indica que as pessoas vão jogar enquanto forem fisicamente capazes, e também consideram os videojogos como uma forma de arte, tais como outras. E que tem benefícios educacionais, tais como crianças que têm acesso aos jogos têm funções cognitivas superiores do que as que não têm.
Mas também salientou os pontos negativos, tais como ser fácil de viciar, deixarem de fazer desporto para jogar ou as pessoas que jogam com mais frequência não têm rotinas tão saudáveis, por desleixo.
Sobre tendências de 2021, o live stream e os eSports foram indicadas como dos principais focos. Os jogos de consolas e PC, assim como mobile são moderadamente elevados, mas mais relevante é fato de cada vez se jogar mais na cloud, porque dispensa plataformas de jogos. Os gastos nos jogos não deverão aumentar tanto no futuro, como o que foi feito até aqui, durante a pandemia, uma vez que muitos vão abandonar. Essa é a pergunta mais pertinente, perceber que os novos gamers, que surgiram com a pandemia, deverão sair novamente, uma vez que esta não é a sua atividade principal. Por outro lado, todas as plataformas são igualmente potenciais de agarrar os jogadores.
Veja na galeria fotografias do BIG Festival:
Para 2022, a adoção de jogos através de assinaturas de serviços vai ser uma tendência, seja o Play Pass da Google, o Game Pass da Xbox, etc. Em 2024 projeta-se em 10,1 mil milhões de dólares o valor deste sector. Outra tendência é que os jogos estão a ser cada vez mais utilizados para socializar, sobretudo os que oferecem componentes multijogador, esperando-se um crescimento de 19% no futuro, usando as redes sociais para interagir.
A terceira tendência de 2022 é a monetização híbrida, ou seja, juntar diferentes formas de ganhar dinheiro com o jogo, seja a venda do mesmo, a publicidade in game, venda de itens nas lojas digitais, mas também o uso de ativações de marcas, patrocínios e fazer cross-overs. O NFT e outros modelos de blockchain podem ser também uma forma de monetização.
A mudança para o agnosticismo de plataforma, é outra tendência ou seja, o facto de não interessar qual a plataforma onde se joga, e todas são válidas para jogar. A portabilidade de plataformas, o sistema de cross-save que grava a progressão entre as diferentes plataformas e claro, o cross-play, que permite um jogador de PC encontrar jogadores de mobile ou consolas nos mesmos servidores das partidas online são elementos a ter em conta.
Na cloud, foram registados 14,2 milhões de utilizadores pagos no final de 2020 e 23,7 milhões até ao final de 2021, mostrando o forte crescimento neste sector de gaming. Falou-se também nos contratempos temporários, tais como a diminuição de gastos no PC e consolas em 2021, embora para 2024 se projete 218,7 mil milhões de dólares neste mercado. As interrupções de fornecimento de componentes, os atrasos e cancelamentos de jogos, entre outros fatores foram registados no estudo, esperando-se melhorias até 2024.
A Google chama a atenção para o pico de engagment, o melhor período de sempre na história, deixando aos developers o conselho de lançarem atualmente as melhores experiências possíveis para smartphones. Os próprios jogos estão a tornar-se em autênticas redes sociais, porque se fazem amigos e cada vez se convive mais. Os eSports vão aumentar e vão receber melhorias de conetividade com o 5G e o aumento de audiência é um fator a ter em consideração pelos estúdios. Devem ainda ter monetização híbrida, assim como sistemas de assinaturas cada vez mais populares. E a cloud e AAA trazem novas dimensões de competição para os equipamentos móveis, o que quer dizer que não será preciso ter smartphones topo de gama.
Do lado negativo, é preciso ter atenção aos AAA que atrasam as oportunidades abertas. Por outro lado, os jogadores mais recentes, que foram ganhos durante a pandemia, vão começar a abandonar o mercado, deixando de ser tão ativos.
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