As vendas de computadores caíram no terceiro trimestre do ano. As novas capacidades de inteligência artificial que começam a chegar a vários equipamentos continuam a ser encaradas como um chamariz para a renovação do parque informático, mas que afinal deve dar frutos mais tarde do que o esperado.
Para já, o número de equipamentos enviados para o retalho entre julho e setembro pelos fabricantes foi menor este ano que no mesmo período do ano passado. A queda foi de 2,4% para 68,8 milhões de unidades. Os resultados preliminares apurados pela IDC refletem o impacto de um acelerar da reposição de inventários no trimestre passado, para escapar aos aumentos de custos previstos nos equipamentos para os meses seguintes.
“Espera-se que os PCs de IA mais novos, como os PCs Copilot + da Qualcomm, juntamente com os chips equivalentes da Intel e AMD e os esperados Macs baseados em M4 da Apple, impulsionam o segmento premium nos próximos meses”, defende Jitesh Ubrani, diretor de pesquisa do Worldwide Mobile Devices Tracker da IDC.
No entanto, e por agora aquilo, que fez mexer o mercado foi essencialmente o regresso às aulas e a renovação de equipamentos nas gamas mais baixas do mercado, refere também a consultora que, como outras, já acreditou que o impacto dos PCs com IA nas vendas começaria a notar-se ainda durante o segundo semestre de 2024. “Embora esperemos que a IA chegue a todos os segmentos em algum momento no final desta década, a evolução em direção ao mass market levará mais tempo do que o esperado”, acrescenta a consultora, apontando agora para 2026.
As perspetivas para o resto do ano são animadoras. A IDC acredita que a retração de vendas no terceiro trimestre foi uma espécie de pausa para recuperação, numa trajetória que vai continuar a ser de crescimento e que já se sentirá novamente na reta final do ano.
As vendas empresariais, fora do sector da educação, também seguem a bom nível e devem continuar a crescer com o aproximar do fim do suporte ao Windows 10. O Japão é o mais adiantado nesta transição, com vendas a crescerem a dois dígitos no trimestre, mas noutras geografias espera-se o mesmo fenómeno.
Por fabricantes, a Lenovo continua a liderar o mercado, com mais vendas e mais quota: 16,5 milhões de unidades que lhe garantiram quase um quarto das vendas mundiais. A HP também reforçou ligeiramente a segunda posição do ranking mundial. A Dell, que fecha o Top3 diminuiu em 4% a sua quota de mercado.
A Asus ultrapassou a Apple e conseguiu a quarta posição da tabela, com a empresa da maçã a sofrer as consequências de um primeiro semestre mais forte. A renovação para breve de vários modelos da marca está também a contribuir para que os clientes da Apple façam um compasso de espera nas compras.
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