As tecnológicas sabem cada vez mais sobre a nossa vida, e estão a transformar esse conhecimento em informação para apresentar informação (e publicidade), mas também para ajudar a organizar o dia-a-dia, a conduzir os nossos destinos e a recomendar o que precisamos de saber, comer e decidir.

Os cenários desenhados nas histórias futuristas tornam-se realidade, e numa visão positiva do mundo as assistentes virtuais que já integram os smartphones, os carros e os eletrodomésticos estão aqui só para nos ajudar. Mas pode haver um lado mais negro desta força que está a dominar as tendências tecnológicas de 2016.

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As assistentes vituais e os bots não podiam ficar de fora das principais tendências de 2016, numa revisão que o TeK tem vindo a publicar nos últimos dias (#omelhorde2016). Mesmo não sendo tecnologia propriamente nova, os bots e a Inteligência Artificial - materializada sobretudo nas assistentes como a Siri, a Cortana ou a Alexa da Amazon – tomaram conta dos nossos dispositivos, e das nossas vidas, tornando-se cada vez mais inteligentes e úteis. E vaidosas.

A agenda do dia pode ser “dita” por um dispositivo ainda antes de sair da cama, e pode verificar o trânsito no seu percurso habitual, ou validar a lista de tarefas a realizar e fazer encomendas online. E os bots já estão prontos a responder a perguntas nas aplicações de messaging, e a fazer encomendas e pagamentos em nosso nome. Ou a resolver as discussões familiares.

Dizer “Olá Google”, agora em português, para acordar o assistente da empresa que gere o motor de busca, mas também Siri, Cortana ou Alexa, consoante o dispositivo, vai levá-lo mais longe com a integração nos carros e eletrodomésticos. E quem não tem um assistente digital a funcionar está a investir nisso, como a Samsung com a Viv , ou a Nokia com a Viki, mas também a “adoptar” outras assistentes, como acontece com a Huawei que vai incorporar a Alexa nos seus smartphone. E a tendência parece imparável.

Não falta quem tenha alertado para o perigo das inteligência artificial, e sobretudo da sua utilização na indústria militar, avisando que esta pode ser a maior conquista da humanidade, mas também a sua condenação. Uma carta revelada durante a International Joint Conference on Artificial Intelligence que decorreu em Buenos Aires foi assinada por algumas personalidades bem conhecidas, como Elon Musk e Stephen Hawking, alinhando alguns dos receios de cientistas e inventores bem conhecidos do público.

Aprendendo com a informação que é fornecida pelo comportamento dos utilizadores, os bots e as assistentes virtuais podem surpreender também pela negativa, como aconteceu com a Tay, uma experiência da Microsoft no Twitter que rapidamente se tornou racista e teve de ser desligada

E podem até ser uma fonte potencial de violação da privacidade, fornecendo informações mais pessoais a utilizadores não autorizados, ou revelando conversas e comportamentos privados. Porque razão pretenderam as autoridades ter acesso à coluna Echo instalada em casa de um suspeito de homicídio? 

Na CES 2017 os assistentes virtuais voltaram a estar em destaque e este é certamente um tema que trará muitas novidades este ano. O TeK cá estará para as acompanhar, pelo menos enquanto não for substituído por um bot.