O plano de criar um selo europeu de cibersegurança está a avançar e o Gabinete Nacional de Cibersegurança está a preparar a adaptação dessa “moldura legal” para a legislação nacional, como avançou hoje o Contra Almirante Gameiro Marques, diretor nacional deste organismo, durante o Building the Future 2021, a conferência promovida pela Microsoft Portugal que está a decorrer e que o SAPO TEK está a acompanhar.
Defendendo que a confiança é um elemento importante, que se ganha todos os dias, o diretor do Gabinete Nacional de Segurança explicou que esta assenta na transparência e na proximidade, que se pode fazer também através de processos de cerificação de sistemas.
O organismo, no âmbito do qual funciona o Centro Nacional de Cibersegurança, tem vindo a desenvolver a certificação de sistemas de informação e comunicação que tratam informação classificada, tendo já certificado equipamentos da Samsung e a plataforma Azure e Office 365 da Microsoft. Mas agora está a apostar num vetor mais alargado, adaptando a certificação europeia de produtos e serviços no âmbito da cibersegurança.
Gameiro Marques explicou durante a sessão de abertura do segundo dia do Building the Future que “no futuro, antes de adquirirem um produto ou serviço, os cidadãos vão poder saber quão resiliente ele é, e decidir, em função dos seus requisitos e nível de ambição, adquirir o de nível mais baixo ou o mais alto”.
Esta iniciativa pretende promover a confiança dos produtos e serviços dentro da Europa e foi apresentada em 2018, mas também se vai estender de forma global, já que as empresas deverá obrigar as tecnológicas que estão fora do espaço europeu a cumprir os mesmos padrões para comercializar esses produtos e serviços na Europa.
“O Gabinete Nacional de Cibersegurança está a adaptar essa moldura europeia para a legislação nacional”, adiantou Gameiro Marques, dizendo que “quando o esquema estiver concluído vamos adaptar de maneira a tornar um edifício coerente”, conjugando os dois tipos de certificação. “As empresas que quiserem ficar com certificação de cibersegurança ficarão, e as que quiserem certificar os produtos e serviços para tratar informação classificada fazem-no a partir daí”, explica.
Está também em desenvolvimento a criação do Selo Digital, uma das medidas do Plano de Ação para a Transição Digital , onde se pretende a certificação de cibersegurança a par de outras áreas, como a sustentabilidade.
“Estou convencido que os cidadãos da Europa evoluirão para serem mais exigentes e evoluirão para procurar esse selo e procurarem mais produtos que têm esse selo digital como garante da sua segurança”, defendeu o diretor do Gabinete Nacional de Segurança.
O SAPO TEK está a acompanhar o Building the Future e pode ver outras notícias da conferência aqui.
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