A Netflix apresentou os resultados financeiros do último trimestre, revelando lucros de quase 1,4 mil milhões de dólares e um aumento de 2,4 milhões de subscritores. Foi uma recuperação importante, depois de anteriormente ter registado um declínio, pela primeira vez nos últimos anos, de subscritores. Os resultados fizeram-se acompanhar de novidades que a plataforma de streaming tem agendado para os próximos tempos.

Os videojogos continuam a ser um dos principais planos de reforço da empresa. Anteriormente, já tinha apontado o aumento de produções, prevendo um lançamento de entre 25-50 títulos. Agora salienta que tem 55 novas produções em curso, que se vão juntar ao seu atual catálogo composto por cerca de 35 jogos para smartphones. Em setembro, a Netflix tinha mesmo anunciado a criação de um estúdio interno de produção, para não estar apenas dependente de jogos produzidos por outras empresas.

Netflix vai reforçar catálogo de jogos no serviço, mas não há muita gente a jogá-los
Netflix vai reforçar catálogo de jogos no serviço, mas não há muita gente a jogá-los
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A Netflix assumiu agora aos seus acionistas os planos para mergulhar no mercado de gaming, mantendo-se firme nas propostas disponíveis para smartphones iOS e Android. Esta estratégia pretende aumentar as taxas de retenção dos utilizadores, sinais que já começaram a surgir, segundo a empresa refere no seu relatório. “Atingimos o primeiro aniversário desde o lançamento de jogos. E como já tínhamos referido, isto é uma jornada de vários anos para podermos aprender como satisfazer os jogadores. O primeiro ano foi focado em estabelecer a nossa infraestrutura de gaming e compreender como a comunidade interage com os jogos”.

A empresa afirma ter 35 jogos no serviço, incluídos nos planos de subscrição da Netflix, sem publicidade ou compras adicionais dentro da aplicação. “Estamos a ver sinais encorajadores de que o gameplay está a fazer aumentar uma maior retenção. E por isso, está a reforçar o seu catálogo com 55 produções, incluindo mais jogos baseados em IPs da Netflix. “Estamos focados nos próximos anos em criar jogos de sucesso para levar a nossa iniciativa a um próximo nível”. De recordar que na sua última estimativa, o gaming ainda apenas representava 1% da sua base de utilizadores.

A Netflix acredita que existe uma grande oportunidade para criar conteúdos que cruzem as séries e filmes com os videojogos. E dá mesmo o exemplo de como depois do lançamento da série de anime Cyberpunk: Edgerunners, que gerou 49 milhões de horas de visualização no terceiro trimestre, baseou-se no jogo da CD Projekt RED.

Outro dado interessante é que a empresa não revelou para que plataformas estão a ser desenvolvidos os jogos. Isso significa que os planos da Netflix podem passar por expandir o seu catálogo a outras plataformas, mas sobretudo o cloud gaming. E quem o disse foi Mike Verdu, vice-presidente da empresa para o gaming, durante o evento TechCrunch Disrupt, que a Netflix está seriamente a considerar explorar a oferta de jogos em streaming. E já abriu um novo estúdio de jogos no sul da Califórnia.

“É um valor acrescentado. Não estamos a pedir que subscrevam como uma substituição da consola. É um modelo de negócio totalmente diferente, mas temos esperança que se torne muito natural a forma como se jogam jogos, onde quer que estejam”, referiu durante a conferência. E ainda deixou o apontamento à falta de adesão de serviços como o Stadia, que recentemente foi descontinuado pela Google, que não se trata de um problema tecnológico, mas dos seus modelos de negócio.