Estima-se que o Windows 10 tenha chegado a 1,3 mil milhões de computadores, tornando-se um dos sistemas operativos de maior sucesso da Microsoft. A sua estabilidade geral, design intuitivo, rapidez e compatibilidade com praticamente todos os periféricos tornaram-no numa opção muito fiável para as empresas, utilizadores, profissionais e claro, o gaming.
Assim, a Microsoft não quer um choque com a chegada do Windows 11, como erros cometidos no passado, mas sim uma aposta na continuidade, na evolução do seu design e ferramentas, ao mesmo tempo que eleva os padrões de segurança e o torna mais amigo de outros ecossistemas, tais como a integração de Android. E mesmo que o novo Windows 11 seja bastante familiar aos utilizadores da atual versão, a Microsoft tem uma grande margem para a inovação. Ou pelo menos para plantar os alicerces que sirvam para suportar os equipamentos na próxima década, incluindo computadores, tablets, smartphones e wearables, integrados num completo ecossistema.
O novo design do Windows
Sem querer chocar os utilizadores do Windows 10, o próximo sistema operativo tem algumas diferenças de design, nomeadamente os ícones da barra de tarefas no centro do ecrã, semelhante ao Chrome OS. O objetivo é centrar as opções para serem mais fáceis e rápidas de abrir, em vez de ter de arrastar o ponteiro do rato a uma extremidade do ecrã. A barra de tarefas lista as funcionalidades mais usadas pelos utilizadores, facilitando a navegação. Mas o botão do Windows mantém-se à esquerda, por defeito, no canto inferior esquerdo.
A possibilidade de deslocar a barra de tarefas para as laterais ou para o topo do ecrã deixa de existir no novo sistema operativo, uma vez que passa a estar permanentemente no fundo do ecrã. Ainda na barra de tarefas, já não será possível personalizar as suas áreas com aplicações e a secção de “Notícias e Interesses” será substituída pelos Widgets. É também possível que “alguns ícones deixem de ser apresentados no Tabuleiro do Sistema (systray) dos dispositivos atualizados, incluindo personalizações anteriormente efetuadas”, referiu a Microsoft.
Veja imagens do Windows 11
Olhando para o menu Iniciar, os grupos e pastas de aplicações com nomes definidos já não são suportados, não sendo possível redimensionar o esquema. As aplicações e sites afixados não serão “migrados” ao fazer a atualização a partir do Windows 10 e os Mosaicos Dinâmicos não se encontrão disponíveis.
Nota-se ainda os cantos arredondados de todas as caixas e menus, aqui num piscar de olhos ao macOS. Em vez de caixas sólidas dos menus, a Microsoft aposta nas transparências, como se as aplicações fossem lâminas, tornando a navegação menos intrusiva. E com isso aposta ainda num design mais clean e com animações suaves, tanto para o modo normal, como o escuro.
A pensar nos fãs de multitasking, há um novo sistema de arrumação de janelas no ecrã, chamado Snap Layouts. Os utilizadores podem escolher diferentes configurações de layout, que serão memorizadas pelo sistema. A Microsoft destaca ainda a capacidade de multi-ecrã do sistema operativo, que distribui as janelas automaticamente quando deteta um segundo ecrã.
Os widgets estão de regresso, desta vez numa "folha de vidro" e alimentados por inteligência artificial. Nos widgets poderá encontrar informações sobre desporto, meteorologia, tráfego, noticias locais e outros temas do seu interesse.
De acordo com a Microsoft, a Cortana, a assistente inteligente criada pela empresa, já não acompanhará os utilizadores durante a primeira experiência de inicialização do sistema operativo e o seu ícone não estará afixado na barra de tarefas.
O “velhinho” Internet Explorer será também desativado no Windows 11, seguindo o anúncio da Microsoft de que o browser deixou de estar operacional a partir de 15 junho de 2021. Assim, o Microsoft Edge vai passar a ser o seu substituto, contando ainda com um modo Internet Explorer concebido para os websites que precisam do browser antigo para funcionarem corretamente e que ficará, pelo menos, até 2029.
No que toca aos wallpapers, a empresa indica que o “padrão de fundo do ambiente de trabalho não poderá ser transportado de ou para um dispositivo com sessão iniciada numa conta Microsoft”.
Todos os equipamentos e acessórios ligados por USB ou Bluetooth são totalmente compatíveis com o novo sistema operativo.
Aplicações revistas e melhoradas
Ao longo das semanas, a Microsoft foi introduzindo as aplicações mais populares do sistema operativo na versão beta, disponível para subscritores do Windows Insiders. Uma das novidades é o Teams, que passa a ser uma ferramenta integrada, utilizada na conversação entre utilizadores, seja por texto, voz ou vídeo, que está integrado nativamente no Windows 11.
No gaming, a app Xbox, que dá acesso ao Game Pass, também está diretamente integrado no sistema operativo, sem a necessidade de instalar a aplicação à parte, como atualmente no Windows 10. Da mesma forma que o sistema xCloud para cloud gaming e funcionalidades de cross-play também fazem parte do Windows 11. Os utilizadores podem saltar entre equipamentos, sem interromper o progresso ou as sessões de jogo.
Os jogos vão ter melhor aspeto no Windows 11, com uma otimização de HDR para iluminação e cor, com o sistema Auto HDR, dando o exemplo de Skyrim, da Bethesda, onde foi mostrado a iluminação e texturas sobressaídas através da nova tecnologia. A velocidade dos jogos será maior no Windows 11, com o Direct Storage API, com a tecnologia semelhante ao que foi introduzido na Xbox Series X. Os drivers e hardware foram otimizados para os jogos, para acelerar o processo de carregamento e performance.
E por fim, a loja de aplicações da Microsoft corre diretamente do sistema operativo, sem ter que abrir browsers ou apps. Como referido, todo o ecossistema Android é compatível com o Windows 11, significando que poderá utilizar aplicações dos smartphones diretamente do computador, seja o TikTok ou um jogo mobile.
A Microsoft promete dar uma ajuda a criar negócios, seja ao nível do motor de pesquisa de e-commerce, ou trazer o seu próprio negócio para o Windows. "Nós vamos cobrar zero de comissões", disse a empresa, dando o exemplo da Adobe que já se encontra na loja com uma parceria para as suas aplicações.
Aplicação de fotografias
A aplicação de fotografias foi renovada com o objetivo de torná-la mais rápida, fácil e mais divertida para consultar ou editar as fotografias. Pode rodar, cortar, retocar, ver os respetivos metadados e até assinalá-la como favorita mais facilmente, assim como escrever notas na mesma, caso deseje.
Nesse sentido, a aplicação conta com um novo design em linha com o aspeto geral do Windows 11. Isso inclui cantos arredondados da aplicação e material Mica ao longo da experiência. A tipografia é reforçada a bold e tem um novo esquema de paletes de cor. A barra de ferramentas foi atualizada com aquilo que é necessário para editar as fotografias. Tem um novo “filmstrip” na base do visualizador para que seja mais rápido saltar diretamente entre as fotografias na própria aplicação.
A app apresenta ainda a experiência multi-view, para que possa colocar mais que uma imagem no ecrã e fazer comparações. Para tal basta selecionar múltiplas fotos da barra de filmstrip na base do ecrã. E se quiser ver as fotografias sem qualquer elemento em cima, pode clicar nas mesmas e navegar para os lados, sem distrações.
Start inclui serviço de notícias
A Microsoft lançou um novo serviço personalizado de notícias que vai chegar aos sistemas móveis Android e iOS em simultâneo. O Start é um feed noticioso, semelhante ao MSN e ao Microsoft News e surge para condensar ambos os serviços numa só solução. Para além das plataformas móveis, o Start vai existir também na secção de widgets do Windows 11, bem como na barra de tarefas do Windows 10.
O Microsoft Start vai contar com notícias de mais de mil publicações. O serviço recorre a inteligência artificial e a machine learning para determinar que conteúdos são apresentados a cada utilizador. Na primeira interação, o Start vai querer saber quais são os tópicos pelos quais se interessa.
No feed, poderá ver notícias populares, recomendações personalizadas, resultados de partidas desportivas e informações meteorológicas. O MSN não vai desaparecer, caso queira continuar a contar com o serviço, mas o Microsoft Start vai ser a nova marca do Microsoft News.
Rabiscos e desenhos no Paint do Windows 11
O popular Paint será uma das ferramentas melhoradas no novo sistema operativo. À primeira vista a aplicação parece muito semelhante à versão anterior, no que diz respeito às suas opções de edição, mas tem uma nova barra de comandos. A aplicação também terá um modo escuro que os utilizadores podem ativar.
Foram feitas outras melhorias no que diz respeito à seleção de fontes, os pincéis, e outros elementos do menu. No geral, a aplicação parece mais “profissional” e apelativa à utilização geral, na tentativa da Microsoft reter os seus utilizadores de um GIMP ou outros editores externos que podem ser instalados gratuitamente. Falta saber se pretende utilizar ferramentas mais avançadas, tais como a possibilidade de trabalhar em camadas.
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