Com o número de objetos a orbitar a Terra a multiplicar-se, a gestão do tráfego é um dos problemas dos operadores, somando-se ainda a enorme quantidade de lixo espacial que ameaça os satélites. É nesta área que a Neuraspace está a trabalhar, desenvolvendo um sistema avançado de monitorização de detritos espaciais e de prevenção de colisões entre satélites que aumenta em 50% a eficácia recorrendo a tecnologia de Inteligência Artificial e Machine Learning.
A empresa é liderada por Chiara Manfletti, que foi presidente da Agência Espacial Portuguesa (Portugal Space) e é agora Chief Operations Officer (COO) da startup que conta também com investimento de Nuno Sebastião, fundador do unicórnio Feedzai.
A solução desenvolvida pela startup já está a ser testada por várias empresas, entre as quais se contam alguns dos maiores operadores de satélites, que são um dos potenciais utilizadores do software, a par das seguradoras, reguladores e policy makers.
A propósito da disponibilização da solução, Chiara Manfletti explica que “este é um passo muito importante pois estamos a validar no mercado uma tecnologia que foi desenvolvida para ajudar a desbloquear o valor extraordinário da economia do Espaço, que passará a ser mais eficiente e sustentável". A COO da empresa acrescenta que "acreditamos que a solução da Neuraspace será um benchmark em tecnologia de Inteligência Artificial e Machine Learning no mercado aeroespacial em todo o mundo”.
Colisão entre satélites e lixo espacial na mira da Neuraspace
A Neuraspace recorre a números da ESA para referir que "existem atualmente cerca de 8.000 satélites em órbita, dos quais apenas cerca de 6.000 estão operacionais. Em 2021, 1.778 satélites foram lançados para o espaço, número que tenderá a aumentar, com os detritos espaciais a tornarem-se um obstáculo à evolução destas tecnologias e mercados, caso não haja melhores soluções". A ESA refere que cerca de 31.380 objetos de detritos estão atualmente a ser rastreados regularmente, com mais de 630 ruturas, explosões, colisões, ou eventos anómalos que resultam em fragmentação.
Em comunicado a Neuraspace sublinha que as soluções que os operadores de satélite atualmente usam dependem em grande medida de processos manuais e que o número de objetos em órbita aumenta exponencialmente o esforço de monitorização e o risco de existir um erro humano.
"As abordagens tradicionais enfrentam vários desafios: dados insuficientes; um elevado número de falsos alertas e uma grande incerteza, e a falta de escalabilidade", refere a empresa, adiantando que isto gera custos adicionais e indicando que um relatório da Euroconsult de 2020, refere que uma manobra de emergência em LEO (baixa órbita) pode custar 25.000 euros por satélite, e 14 milhões de euros por ano em custos de pessoal e infraestrutura.
A plataforma Neuraspace é uma solução automatizada SaaS (Software as a Service) que permite aos operadores de satélites detetar até 50% mais colisões de alto risco e reduzir a intervenção humana até 75% usando uma fonte de dados fiável, Inteligência Artificial (IA) e Aprendizagem Mecânica (ML) e automação de manobras.
A Neuraspace conta com o desenvolvimento de projetos com a Agência Espacial Europeia (ESA) e a GMV, o sexto maior grupo industrial no setor espacial europeu.
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