O telescópio especial eROSITA, da missão Spektrum-Röntgen-Gamma, levada a cabo pela agência espacial russa (Roscosmos) e alemã (DLR), foi colocado em órbita em 2019. Com a invasão russa da Ucrânia, a Alemanha decidiu desligar o telescópio a 26 de fevereiro deste ano. No entanto, a Rússia parece ter outros planos e está a tentar retomar as operações do eROSITA unilateralmente.
Numa recente entrevista à televisão russa, Dmitry Rogozin, diretor da Roscosmos, revelou que deu instruções para que o lado alemão da missão fosse reativado, avança o website Deutsche Welle. Note-se que, além do telescópio eROSITA, a Spektrum-Röntgen-Gamma é também composta pelo instrumento ART-XC, desenvolvido pela Rússia.
As equipas de especialistas russos vão continuar o seu trabalho apesar da “insistência da Alemanha”, afirmou o responsável, acrescentando que a “Roscosmos vai tomar decisões relevantes num futuro próximo”.
Já na Alemanha, o coordenador científico da missão Spektrum-Röntgen-Gamma sublinhou que quaisquer tentativas para reiniciar o telescópio sem colaboração dos especialistas alemães poderão ser prejudiciais para o equipamento.
Recorde-se que, após a invasão russa da Ucrânia, a agência espacial europeia (ESA) suspendeu a colaboração com a Rússia em várias missões planeadas. Ainda em março, a ESA anunciou a suspensão do envio do robot Rosalind Franklin, da missão ExoMars, para Marte devido à impossibilidade de manter a cooperação com a Roscosmos.
Os lançamentos programados de satélites com foguetões russos Soyuz foram igualmente suspensos, na sequência da decisão da Roscosmos de retirar o seu pessoal da base espacial europeia, em Kourou, na Guiana Francesa. Já em abril, a ESA decidiu suspender a sua cooperação nas missões lunares russas na sequência da guerra na Ucrânia.
O envolvimento da Rússia na Estação Espacial Internacional também pode estar em causa e executivos da Roscosmos já chegaram a afirmar que sem a colaboração do país a ISS pode perder o controle e despenhar-se.
Em março a Roscosmos deu a conhecer que tem uma licença do governo russo para se manter em operações na ISS só até 2024. Em declarações à Tass, a agência espacial afirmou que, tendo em conta o atual contexto de conflito, há dúvidas em relação à extensão deste acordo.
A Roscosmos espera que o governo norte-americano deixe de pressionar a NASA de modo a iniciar um processo de diálogo com a Rússia, indicando que, se não for possível chegar a um acordo, tal terá um impacto no programa da ISS.
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