Estão encontrados os “culpados” que impediram o módulo espacial privado Peregrine, desenvolvido pela Astrobotic, de ser o primeiro da sua classe a chegar à Lua ou, melhor dito, “culpado”: uma válvula.

A Peregrine Mission One voou no início do ano, mas sofreu uma fuga de combustível poucas horas após o lançamento que a impediu de alcançar a Lua, como definido nos objetivos iniciais. Em vez disso, o módulo andou pelo espaço cislunar por 10 dias, antes de reentrar no Pacífico Sul.

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Uma investigação ao sucedido, agora concluída, revela que a fuga foi provavelmente causada por um defeito numa válvula de controle de pressão (PCV na sigla em inglês), permitindo o fluxo descontrolado de pressurizante de hélio no tanque oxidante da nave, rompendo-o.

Os engenheiros da Astrobotic sublinham que a válvula funcionou normalmente nos testes de pré-lançamento, mas falhou após o lançamento. A PCV2, como é designada, terá perdido a capacidade de vedação devido ao "relaxamento induzido por vibração" nas roscas, que levaram a uma falha mecânica na válvula, segundo John Horack, que presidiu ao conselho de investigação, num briefing sobre o relatório, citado pela publicação SpaceNews.

Face ao sucedido com o Peregrine, a Astrobotic está a fazer alterações técnicas e outras no Griffin, um módulo lunar maior que a empresa pretende lançar no final de 2025, nomeadamente ao trabalhar com um novo fornecedor no redesenho da válvula.

Está também a tentar prevenir e corrigir outros pormenores que surgiram na missão anterior. Ao todo, a Peregrine Mission One sofreu 24 anomalias durante o voo, além da questão da válvula, oito das quais consideradas críticas, nomeadamente problemas com software de voo e sistemas de orientação, navegação e controlo, bem como com a Deep Space Network, da NASA, usada para se comunicar com o módulo.

Apesar de não ter conseguido chegar à Lua, a missão Peregrine conseguiu lançar as experiências científicas que transportava, em nome da NASA e de outras agências espaciais, assim como recolher dados de voo.