
A 11 de janeiro de 1986, Portugal entrava oficialmente no CERN. Ainda antes, o processo diplomático, liderado pelo então Ministro dos Negócios Estrangeiros Jaime Gama e com forte envolvimento de José Mariano Gago, já tinha levado à assinatura do acordo de adesão a 26 de abril de 1985.
A entrada afirmou-se como um passo decisivo para a internacionalização da ciência portuguesa e, no mesmo ano, foi criado o LIP (Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas) com a missão de coordenar a participação nacional nas experiências científicas do CERN.
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Como lembra o LIP em comunicado, a ciência portuguesa tem estado presente em colaborações relevantes, como o NA38, PS195, DELPHI, COMPASS, ATLAS e CMS, onde “desempenhou um papel significativo na construção, operação e análise de dados das experiências”.
A presença mantém-se com participação ativa na fase de alta luminosidade do LHC (Large Hadron Collider, ou Grande Colisor de Hadrões em português), atualmente em preparação.
A instrumentação desenvolvida pelo Laboratório foi acompanhada de um forte investimento em capacidades de computação, com o grupo de computação científica do LIP a tornar Portugal parceiro de projetos internacionais como o WLCG (a infraestrutura global que processa os dados do LHC) e outros consórcios europeus de ciência de dados.
O LIP realça também que conhecimento em instrumentação e simulação tem sido aplicado em áreas de grande importância a nível social, como a saúde, incluindo iniciativas em imagiologia médica e dosimetria, com o desenvolvimento de sistemas PET e contributos para o futuro centro de terapia com protões em Portugal.
A participação do Laboratório estende-se ainda a áreas emergentes, como a física de neutrinos e a astrofísica nuclear, com o envolvimento em experiências como SNO+, DUNE e, mais recentemente, a liderança de uma experiência no complexo ISOLDE do CERN.
O CERN tem sido também um espaço privilegiado de formação e desenvolvimento para centenas de estudantes, engenheiros e jovens investigadores portugueses. A participação em projetos de grande escala permitiu criar competências únicas, aplicadas numa variedade de setores tão diversos, incluindo o sector aeroespacial, medicina, computação ou indústria de alta precisão.
“Este ano celebramos os 40 anos do início do processo de adesão de Portugal ao CERN. No próximo ano, assinalaremos os 40 anos do LIP. Com estas datas celebramos todo o conhecimento que nos é permitido alcançar, e também partilhar, ao espreitarmos por pequenas janelas abertas no tecido do Universo pelas grandes máquinas do CERN”, afirma Patrícia Gonçalves, presidente do LIP.
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