Desde que começou a voar em marte, o pequeno helicóptero Ingenuity da NASA tem vindo a superar-se a cada nova missão. Desenhado e testado inicialmente para cinco missões de voo, o aparelho já completou 13 voos e prepara-se para o seu 14º esta sexta-feira, dia 17. Mas a tarefa do Ingenuity, que serve de olhos aéreos ao seu companheiro rover Curiosity, está cada vez mais difícil.
Na mais recente atualização do blog da NASA dedicada a esta missão em Marte, Håvard Grip, o piloto-chefe do Ingenuity, salienta o aparelho foi preparado para cinco missões e para densidades atmosféricas entre os 0.0145 e os 0.0185 kg/m3, o equivalente a 1,2-1,5% da atmosfera terrestre ao nível do mar. Seis meses depois de operações, a densidade atmosférica registada na Cratera de Jezero estão a baixar a níveis inferiores. O especialista refere que poderá atingir valores de 0.012 kg/m3, o equivalente a 1% da densidade da Terra, durante as horas da tarde, que são as preferenciais para os voos.
Apesar da diferença parecer pequena, o especialista diz que é o suficiente para ter impacto na capacidade do Ingenuity voar. Contas feitas, o aparelho foi desenhado para um limite de densidade atmosférica de 0.0145 kg/m3, tendo uma margem de projeção de 30%. Ou seja, esta margem permite ao helicóptero fazer um esforço adicional ao que necessitaria para voar, servindo igualmente de compensação durante arranque do voo, subidas e manobras.
Por isso, com essa descida de densidade, a margem do aparelho pode ser reduzida até 8%, impedindo-o de ter força para se elevar no ar. A NASA diz que existe uma forma de contornar este problema, que passa por rodar os seus rotores de forma mais rápida, do que tem sido feito nos anteriores voos. Mas essa velocidade nunca foi tentada em qualquer teste realizado na Terra. E por isso, o próximo voo vai ser mais cuidadoso, a testar as rotações mais rápidas, de forma a preparar futuros voos.
Veja imagens do Ingenuity:
No próximo voo, será feito um teste do rotor sem deslocação do solo. A NASA espera alcançar 2.800 RPM, cerca de 10% superior ao voo anterior. E se tudo correr bem, será feito um pequeno teste de voo a uma velocidade de 2.700 RPM. O voo está marcado para esta sexta-feira, dia 17 e será o “mais aborrecido” até agora, por ser curto, a uma altura de 5 metros, fazer alguns movimentos laterais e voltar a aterrar. Os resultados deste voo podem ditar o futuro das missões do pequeno helicóptero a voar em baixa densidade.
No entanto, a NASA salienta que ainda existe espaço de manobra para aumentar a potência do aparelho, caso venha a ser preciso. No seu blog, a equipa explica com mais pormenor as dificuldades de voo relacionadas com este aumento de velocidade e o impacto da baixa densidade do planeta.
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