As inundações são o tipo de desastre natural mais comum e estima-se que perto de 1,5 mil milhões de pessoas estejam expostas aos riscos de cheias severas por todo o mundo. À medida que as alterações climáticas tornam os desastres naturais cada vez mais frequentes e destrutivos, tecnologias como a inteligência artificial podem afirmar-se como uma ajuda importante, sobretudo na previsão.
Num novo estudo, publicado na revista científica Nature, os investigadores da Google demonstram como a tecnologia de Machine Learning pode melhorar significativamente as previsões de inundações a nível global.
De acordo com dados partilhados pela Google, através de IA, foi possível disponibilizar informação mais exata sobre inundações em zonas ribeirinhas, incluindo previsões com até sete dias de antecedência.
A tecnologia permitiu à empresa apresentar previsões de inundações em 80 países, em áreas onde vivem 460 milhões de pessoas, através de plataformas como o Flood Hub, mas também através da pesquisa no Google, no Maps e através de notificações no Android.
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O estudo mostra também como as soluções desenvolvidas à base de IA podem melhorar as previsões de inundações em comparação com os atuais sistemas mais avançados, mesmo em países onde a quantidade de dados sobre este fenómeno é mais escassa.
Através das tecnologias implementadas, a Google conseguiu aumentar a precisão das previsões mais imediatas de zero para cinco dias. Deste modo, as previsões para regiões em África e na Ásia estarão a um nível semelhante às das que são realizadas atualmente na Europa.
Recorde-se que a Google começou a usar o seu sistema de previsão de inundações na Índia em 2018, alargando-o mais tarde ao Bangladesh para ajudar a combater os danos catastróficos das inundações anuais. Em 2022, a tecnologia foi lançada em mais 18 países, numa lista que cresceu para 60 em 2023, passando a incluir Portugal, e, agora para 80.
“Acreditamos que a IA e Machine Learning vão continuar a desempenhar um papel crítico nos avanços científicos e investigação tendo em vista a luta contra as alterações climáticas”, afirmam os investigadores da Google.
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