
Uma investigação compilou a informação de uma base de dados global sobre o condicionamento artificial da água, através da construção de barragens e chegou à conclusão que estas contribuíram significativamente para a mudança no nível médio global do mar durante o século XX. Os dados, correspondentes a um período entre 1835 a 2011, portanto quase dois séculos, indicam que as barragens alteraram a rotação do planeta.
“Utilizamos uma base de dados global recente do condicionamento de água que abrange 72% de uma estimativa integrada do volume global e calculamos o percurso associado de TPW de 1835 a 2011”, aponta o estudo. O TPW (True Polar Wander) representa a rotação do planeta no seu eixo. Os investigadores constataram que na primeira metade do século XX, a taxa média de TPW foi de 0,30 cm ao ano, enquanto que na segunda metade foi de 0,95 cm por ano. “Demonstramos que os 28% do condicionamento global de água que estão ausentes na nossa base de dados provavelmente tiveram um impacto negligenciável sobre o movimento polar”.
A construção das barragens, segundo os dados, levou a um pequeno, mas significante, quebra nos níveis do mar. A crosta terrestre flutua numa camada de rocha derretida, podendo mover-se quando a massa muda pela superfície do planeta. Se por um lado este fenómeno acontece naturalmente, como por exemplo, com o crescimento ou derretimento dos glaciares, os investigadores dizer que a mão humana está a afetar a forma como os polos se movem.
O estudo inclui a análise de 6.862 barragens entre o período mencionado, o equivalente para encher duas vezes o Grand Canyon. Além das barragens retirarem o volume de água dos oceanos, como também alteraram a massa da Terra, causando os polos do planeta moverem-se cerca de 1,1 metros.
As mudanças na rotação dos polos da Terra são consideradas pequenas, olhando para a escala global, mas são importantes para compreender melhor o planeta. Estas têm impacto nos modelos dos níveis do mar, afetando de forma diferente as regiões, consoante a localização das barragens.
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