Empresas como a Neuralink têm vindo a fazer progresso na área dos implantes cerebrais, mas, em muitos casos, a tecnologia ainda exige cirurgias invasivas. Agora, uma equipa de cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) está a desenvolver um implante cerebral que poderá ser uma alternativa menos invasiva e mais acessível.

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De acordo com os investigadores, que publicaram as conclusões do seu estudo na revista científica Nature Biotechnology, a solução poderá um dia ajudar a tratar de doenças cerebrais graves, eliminando os riscos e custos associados às cirurgias.

A equipa desenvolveu um sistema bioeletrónico microscópico e sem fios que pode navegar pelo sistema circulatório até chegar a uma determinada região do cérebro. A tecnologia permite depois estimular eletronicamente e tratar a zona afetada.

O sistema, chamado “circulatronics”, está em desenvolvimento há mais de seis anos e testado para combater a inflamação no cérebro, frequentemente ligada a doenças neurológicas.

Num teste com ratos de laboratório, os resultados mostraram que os implantes desenvolvidos conseguem identificar e deslocar-se até zonas específicas do cérebro sem precisar de orientação humana.

Uma vez que são feitos com materiais compatíveis com o corpo, os implantes, que têm um milésimo de milionésimo do tamanho de um grão de arroz, não danificam os neurónios à volta da zona afetada.

Os investigadores acreditam que a tecnologia poderá ser usada para tratar vários tipos de doenças. Graças às suas dimensões reduzidas e à capacidade de se auto-implantarem, os implantes poderão ser particularmente úteis para tratar cancros cerebrais que formam tumores em múltiplas zonas do cérebro ou em zonas que não conseguem ser facilmente operadas. 

Como detalha Deblina Sarkar, investigadora do MIT e uma das autoras do estudo, citada em comunicado, a aplicação desta tecnologia “não está limitada ao cérebro e, no futuro, poderá ser usada noutras partes do corpo”. 

Agora, a equipa espera poder avançar para ensaios clínicos, num prazo de três anos, através da recém-criada startup Cahira Technologies. Os investigadores estão também a explorar a integração de circuitos nanoeletrónicos adicionais nos implantes, de modo a permitir capacidades de deteção e feedback mais avançadas.

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