A China pretende tornar a sua estação espacial mais segura e está a desenvolver robots alimentados por inteligência artificial com capacidade de agir em caso de ameaça. Não é a primeira vez que a China se queixa que os satélites Starlink da SpaceX se aproximaram em demasia do seu espaço, eventos registados em 2021, forçando a manobras da Tiangong para evitar colisão. E em ambos os casos havia tripulação a bordo, com o evento a ameaçar os astronautas da estação espacial.

Os robots têm a missão de intercetar e afastar qualquer objeto físico suspeito da estação. Segundo o Fast Company, trata-se de um passo para a defesa espacial ativa, domínio que está a crescer para níveis militares. Ainda assim, os robots não estão equipados com armas ou projéteis, estes utilizam uma abordagem capaz de agarrar os objetos e empurrá-los da rota que coloque em perigo a estação espacial.

O Pentágono refere que a China começou a preparar o seu primeiro satélite para operações de combate em baixa órbita da Terra. Pequim respondeu que não está a armar a estação para objetivos agressivos, mas para responder às ameaças  semelhantes às dos satélites Starlink. Os analistas apontam que estas iniciativas fazem parte de esforços para dominar o espaço com o uso da força, num momento que a China, Estados Unidos e a Rússia são os principais protagonistas.

China acusa SpaceX de criar lixo espacial com os seus satélites Starlink após dois incidentes com a Tiangong
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A publicação explica que a decisão de não destruir objetos no espaço, na abordagem dos robots de proteção da estação espacial chinesa, prende-se com os estilhaços derivados dessas explosões. Um objeto pulverizado cria detritos que seriam ainda mais perigosos se atingissem a estação ou satélites. Além de que esses fragmentos iriam manter-se permanentemente em órbita, funcionando como um perigoso campo de minas espacial. E o impacto de um desses destroços poderia iniciar explosões em cascata.

Os robots têm sensores que podem detetar objetos em aproximação, analisar trajetórias para perceber o perigo que representa e a forma como agir, se é preciso fazer manobras de evasão ou usar os seus propulsores para os desviar.